Acusações de fraude viram praxe no Peru, apesar da falta de evidências
Com a diferença em menos de 0,5 ponto percentual na contagem dos votos, os dois candidatos a presidente do Peru fizeram acusações de fraude no sistema eleitoral. Pedro Castillo (foto) convocou seus eleitores para fazer uma vigília nas ruas "em defesa do voto". Na noite desta segunda, 7, Keiko Fujimori afirmou que "há uma clara intenção...
Com a diferença em menos de 0,5 ponto percentual na contagem dos votos, os dois candidatos a presidente do Peru fizeram acusações de fraude no sistema eleitoral.
Pedro Castillo (foto) convocou seus eleitores para fazer uma vigília nas ruas "em defesa do voto". Na noite desta segunda, 7, Keiko Fujimori afirmou que "há uma clara intenção de boicotar a vontade popular".
Situação parecida ocorreu em 2016, quando acusações de fraude emergiram na briga entre Pedro Pablo Kuzcynski, conhecido pela sigla PPK, e Keiko Fujimori. "Daquela vez, eles demoraram muito para reconhecer o erro, o que contribuiu para uma angústia e para uma suspeita de que a eleição tinha sido roubada nos anos seguintes", diz o cientista político peruano Eduardo Dargent.
Não há, porém, evidências de fraude sistemática. Desde 2000, o Peru dispõe de instituições eleitorais sólidas, que regulam todo o processo. O que ocorreram foram casos pontuais de irregularidades, em algumas mesas. Nessas situações, as atas são impugnadas e os votos não são contados.
Nesta eleição, reclamações levaram à invalidação de 483 atas de votação. As acusações de irregularidades partiram tanto do partido Força Popular, de Keiko, como do Peru Livre, de Castillo. "Nossos órgãos eleitorais são muito respeitados e institucionalizados. Não há nenhuma possibilidade de manipulação por agentes externos. As atas rejeitadas representam apenas 0,055% do total de mesas. Não é algo que possa mudar o resultado", diz o cientista político peruano Jose Alejandro Godoy.
O que eleva a possibilidade de acusações de fraude é a pequena margem entre os candidatos. "Com as eleições sendo definidas por pouquíssimos votos, a tensão aumenta e qualquer suspeita vira uma certeza definitiva", diz Dargent.
Na eleição de 2016, PPK venceu Keiko com uma diferença de 0,24 ponto percentual.
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Comentários (3)
PAULO CESAR DA SILVA
2021-06-09 17:38:40Agora tudo quanto é mané perdedor que levar ferro em eleição, vai vir com esse papo furado de fraude e???
Jaime
2021-06-09 06:52:07Realmente, com a diferença de votos tão pequena, ha-de se desconfiar de fraude. Diferente do pensa o cientista político, percentagem de urnas impacta sim, nos resultados. Ainda mais se tais urnas foram de regiões populosas e determinado candidato tivesse a preferência popular. Numa eleição, kd voto importa.Eles se preocuparam em informar a percentagem de URNAS, mas ignoraram o percentual de votos. Lamentável.
Sillvia2
2021-06-08 23:21:52Os maus perdedores sempre fazem essa ladainha, como Trump fez e o Bozo fará…