A defesa prévia de Eduardo Pazuello, alinhada à cartilha de Bolsonaro
Ao microfone da CPI da Covid, Eduardo Pazuello (foto) antecipou-se a perguntas de senadores e fez uma detalhada defesa prévia da própria gestão. Ao longo de meia hora, o ex-ministro da Saúde alinhou o discurso à cartilha de Jair Bolsonaro e elencou medidas adotadas pela pasta no enfrentamento da pandemia, numa tentativa de convencer os...
Ao microfone da CPI da Covid, Eduardo Pazuello (foto) antecipou-se a perguntas de senadores e fez uma detalhada defesa prévia da própria gestão. Ao longo de meia hora, o ex-ministro da Saúde alinhou o discurso à cartilha de Jair Bolsonaro e elencou medidas adotadas pela pasta no enfrentamento da pandemia, numa tentativa de convencer os parlamentares de que cumpriu seu papel.
Na audiência desta quarta-feira, 19, em consonância com o que disse o presidente da República em fevereiro último, o general do Exército buscou se eximir da responsabilidade pelo caos no sistema de saúde público. A pandemia, disse Pazuello, somente escancarou problemas acumulados ao longo das décadas.
"A pandemia serviu para escancarar uma realidade bastante conhecida na saúde pública: a superlotação, leitos nos corredores, falta de medicamentos, falta de insumos, equipamentos e profissionais insuficientes, profissionais da área da saúde desvalorizados e algumas vezes desmotivados. São problemas que se arrastam há décadas, resultado de anos de negligência, inoperância e desvio de recursos públicos", afirmou, acrescentando que "o vírus da corrupção e da impunidade" é tão "devastador" quanto o coronavírus.
Repetindo o discurso do Planalto, Pazuello argumentou que, desde o início da crise sanitária, o governo federal atuou com foco nos dois principais riscos da pandemia: o sanitário e o econômico. "Estamos falando de saúde, mas também de trabalho e do sustento das famílias", comentou, fazendo menção ao sucesso, por exemplo, do auxílio emergencial, principal programa de assistência da gestão Bolsonaro.
Mais longevo ministro da Saúde da pandemia, o general manteve o alinhamento ao governo quanto a dois pontos cruciais para Bolsonaro. Em uma referência velada a remédios propagandeados pelo presidente, mas comprovadamente ineficazes contra a Covid-19, defendeu a prescrição off label, que, conforme declarou, está resguardada pela prerrogativa de autonomia dos médicos.
Pazuello também declarou que a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu a competência de estados e municípios para a implementação de medidas de enfrentamento da crise sanitária limitou as ações da União. "Não havia possibilidade de o Ministério da Saúde interferir na execução de ações de estado da saúde sem usurpar competência de estados e municípios."
Em outra ponta, o ex-ministro buscou convencer parlamentares de que o governo não largou com atraso na negociação de vacinas contra o novo coronavírus. De acordo com Pazuello, a Saúde contatou 16 laboratórios para a aquisição e priorizou acordos com as farmacêuticas que poderiam transferir a tecnologia para a fabricação de imunizantes.
“Mesmo quando não se falava de imunizantes, estávamos com 16 prospecções mais adiantadas e acompanhávamos a produção da Moderna e da Pfizer nos Estados Unidos e Astrazeneca/Oxford na Inglaterra. E escolhemos as melhores opções por causa da transferência de tecnologia”, disse o general.
Após a defesa de seu legado, o ex-ministro disse não ter fugido à luta e declarou que se "esforçou ao máximo". "Apesar de possuir a segunda mais alta patente do Exército brasileiro, afirmo que o que faz notável no trabalho de um homem público à frente de um ministério ou de qualquer cargo de confiança não é sua formação acadêmica, mas seu caráter, retidão e comprometimento com o bem público."
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Comentários (2)
ANTÔNIO
2021-05-19 13:41:49É muito fraquinho esse ex-ministro.
ANTONIO
2021-05-19 12:29:47Cretino, como se não salta à vista sua incompetência e subserviência ao ao Capitão, ele nunca pode negar o "um manda e outro obedece"!