Juiz que tentou barrar Renan foi investigado por articulação com desembargadora ligada a Flávio
O juiz Charles Renaud, que chegou a suspender a indicação de Renan Calheiros para relatar a CPI da Covid, foi investigado por ter participado de uma suposta articulação não republicana com a família da desembargadora Maria do Carmo Cardoso (foto), muito próxima do senador Flávio Bolsonaro. Segundo a investigação, a mulher de Renaud, Kárita Peixoto,...
O juiz Charles Renaud, que chegou a suspender a indicação de Renan Calheiros para relatar a CPI da Covid, foi investigado por ter participado de uma suposta articulação não republicana com a família da desembargadora Maria do Carmo Cardoso (foto), muito próxima do senador Flávio Bolsonaro.
Segundo a investigação, a mulher de Renaud, Kárita Peixoto, e as filhas de Maria do Carmo, Renata Gerusa e Lenisa Prado, todas advogadas, teriam atuado para influenciar o ministro do STJ Sebastião Reis a conceder um habeas corpus a um investigado por roubo de cargas. À época, Lenisa era assessora do ministro.
As investigações mostraram que Renata e Kárita se falaram por mais de 100 vezes no período investigado. Elas teriam sido apresentadas pelo juiz em uma festa na casa da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, a quem Flávio Bolsonaro chama carinhosamente de "tia Carminha".
No inquérito, o padrasto da mulher do juiz que tentou barrar Renan na CPI foi flagrado num telefonema com um interlocutor não identificado dizendo que "o Charles foi lá conversar com o ministro".
A investigação acabou arquivada em 2018. Em 2013, no entanto, Maria do Carmo havia votado para que o juiz Charles Renaud recebesse apenas uma advertência, após ser acusado de integrar um grupo que desviou milhões do caixa de uma associação de magistrados, a Ajufer. À época, ele recebeu a pena mais leve e viu outro acusado ser aposentado compulsoriamente, pena administrativa mais alta na magistratura.
Nos bastidores, a desembargadora se gaba de ser a madrinha da indicação de Kassio Marques ao STF. Recentemente, Maria do Carmo ajudou a arquivar uma investigação com base em um relatório de Coaf sobre movimentações de Frederick Wassef, advogado do clã Bolsonaro, e ainda mandou investigar o próprio Coaf.
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Comentários (10)
Dalton
2021-04-28 16:47:19A gente lê e fica com mais raiva de tudo, como esse país está articulado, e não é de agora, o “mecanismo” é ainda maior do que foi apresentado por Dall’agnol.
Sônia
2021-04-28 13:36:44FALTA CARÁTER ,ÉTICA E VERGONHA NA CARA DESSES SANGUESSUGAS DE DINHEIRO PÚBLICO .milhares de brasileiros ,sem teto ,sem comida e sem vacinas e os genocidas de costas para o país 🤮🤮
Neto
2021-04-28 13:04:29Parabéns Crusoé!
MSF
2021-04-28 11:41:23Tem alguem neste país que ainda acredita na justiça brasileira? Infelizmente o nosso judiciário está no mesmo nível do nosso congresso. Perdi as esperanças.
RonMor
2021-04-28 08:27:37Me pergunto: Como chegamos a um sistema judiciário tão ineficiente, tão politizado em que o excesso de leis permite discussões infindáveis entre magistrados e juristas, mas que invariavelmente favorecem aos corruptos criminosos ?
Camus
2021-04-27 23:57:31Essa desembargadora Maria do Cardoso é uma excelente opção de Bolsonaro para o STF. Dessa forma ele mantém o cabresto no MPF com Aras como PGR, o cabresto no STJ com Humberto Martins, Otávio Noronha e companhia. E mantém o STF no atual estágio de avacalhação. Convenhamos que é muito difícil avacalhar mais o STF quando que sai é Marco Aurélio Mello.
Heloisa
2021-04-27 21:57:19É uma verdadeira FAMILICIA BOLSONERO, age e comporta com milicianos. V
Carlos
2021-04-27 21:17:01Essa família BOZOBOSTA estão armando sempre.
Daniel
2021-04-27 19:12:0595% do nosso judiciário, é podre!!
MARCOS
2021-04-27 17:25:04Está tudo dominado. Triste Brasil.