Em discurso na Cúpula do Clima, Bolsonaro alinha o Brasil à China
O discurso de Jair Bolsonaro durante a Cúpula dos Líderes sobre o Clima nesta quinta-feira, 22, marcou mais um gesto de aproximação do Brasil com a China, ao invocar o "princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas", conceito que também foi colocado na mesa por Xi Jinping, líder do gigante asiático. Esse princípio, introduzido por países...
O discurso de Jair Bolsonaro durante a Cúpula dos Líderes sobre o Clima nesta quinta-feira, 22, marcou mais um gesto de aproximação do Brasil com a China, ao invocar o "princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas", conceito que também foi colocado na mesa por Xi Jinping, líder do gigante asiático.
Esse princípio, introduzido por países em desenvolvimento nas negociações ambientais desde a Rio 92, coloca a responsabilidade sobre a degradação climática nos ombros de países ricos e industrializados. Sob essa ótica, são os países desenvolvidos que devem adotar metas mais ambiciosas, como argumentou Xi Jinping durante seu discurso nesta quinta-feira.
O mesmo conceito foi mencionado pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. "Apelamos às economias desenvolvidas, que historicamente são as maiores responsáveis pelas emissões, que cumpram as suas responsabilidades com relação às economias em desenvolvimento", disse o sul-africano, em discurso acompanhado por Joe Biden.
É com base nesse princípio que o governo brasileiro argumenta que países desenvolvidos precisam contribuir financeiramente para a preservação ambiental de países em desenvolvimento. No Acordo de Paris, o mundo se comprometeu a destinar 100 bilhões de dólares anualmente a países em desenvolvimento para o combate às mudanças climáticas. A meta não tem sido alcançada e será colocada em discussão pela Casa Branca na tarde desta quinta-feira.
"Os mercados de carbono são cruciais como fonte de recursos e investimentos para impulsionar a ação climática, tanto na área florestal quanto em outros relevantes setores da economia, como indústria, geração de energia e manejo de resíduos", disse Bolsonaro. "É preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta, como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação", argumentou.
Ao prometer zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, Bolsonaro pediu, ainda, "a contribuição de países, empresas, entidades e pessoas dispostos a atuar de maneira imediata, real e construtiva na solução desses problemas".
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Comentários (3)
Jose
2021-04-22 13:59:41O problema é quem é dono dos serviços ambientais? Para o mundo é a população brasileira. Para os Bozistas, os donos são os grileiros, madeireiros e milicianos. Esta percepção faz toda a diferença! O Salles foi explícito: quer dinheiro estrangeiro para distribuir para os grileiros. Foi por isso que a Noruega cancelou o Fundo Amazônia, um dos maiores projetos globais de pagamento por serviços ambientais!
Jaime
2021-04-22 13:12:25É, se os Estados Unidos se Biden querem botar o Brasil pro escanteio, vamos nos aproximar da China (fingimento puro, claro; comunista é comunista, ainda que eu acredite que muitos esquerdistas corruptos do Brasil, se estivessem na China estariam de papo com Satanás....).
Paulo
2021-04-22 12:24:29Isso a Globo não mostra!