Russos apoiam a Venezuela em confronto com dissidência das Farc

Quase 5 mil moradores da cidade de La Victoria, na Venezuela, cruzaram a fronteira com a Colômbia na última semana para escapar dos embates entre as Forças Armadas venezuelanas e uma dissidência das Farc, conhecida como Frente Décimo. Na disputa, as forças venezuelanas têm contado com ajuda de militares russos.

"Os russos têm dado assistência principalmente nas atividades operativas, como reconhecimento de terreno com drones e interceptação de comunicações", diz o analista militar venezuelano argentino Andrei Serbin Pont, da consultoria Cries, em Buenos Aires. "Eles também atuam na manutenção de veículos aéreos, como os helicópteros."

Além de helicópteros e blindados, o estado venezuelano enviou para a região de La Victoria, no estado de Apure, grupos de paraquedistas, infantaria motorizada e membros das Forças de Ações Especiais. "É um deslocamento grande de tropas e veículos, com um pouco de tudo", diz o analista.

No último dia 26 de março, o comandante das Farc, Iván Márquez (foto), divulgou um vídeo na internet para celebrar o que chamou de Dia do Direito Universal dos Povos à Rebelião Armada. Sobre a mesa, Márquez exibia diversas armas, incluindo fuzis Ak-103, vendidos pelos russos para as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas. Os militares venezuelanos apoiam as Farc, que travam uma disputa com sua dissidência por controle territorial, que permite extorquir a população, lucrar com o narcotráfico e com o garimpo ilegal.