Parlamentares criticam Braga Netto por dizer que golpe de 64 pacificou o país
Deputados e senadores fizeram duras críticas ao general Walter Braga Netto, que, na primeira manifestação como ministro da Defesa, sugeriu a celebração do golpe de 1964 e afirmou que, à época, as Forças Armadas assumiram a "responsabilidade" de "pacificar o país, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos". As...
Deputados e senadores fizeram duras críticas ao general Walter Braga Netto, que, na primeira manifestação como ministro da Defesa, sugeriu a celebração do golpe de 1964 e afirmou que, à época, as Forças Armadas assumiram a "responsabilidade" de "pacificar o país, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos".
As declarações constam da Ordem do Dia alusiva aos 57 anos do golpe de 31 de março, assinada pelo novo ministro. "O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março", pontua o texto.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, do PL do Amazonas, ressaltou que a Ordem do Dia narra o período da ditadura militar como se "os excessos como a tortura e os assassinatos não tivessem ocorrido".
"Não se pacífica um país com tortura, assassinato e censura", emendou.
Marcelo Ramos, no entanto, colocou panos quentes na situação. "Eu prefiro olhar pra frente e ler o compromisso com a missão de respeito aos poderes constitucionais."
Um dirigente de um partido do Centrão, ouvido sob reserva por Crusoé, disse parecer "falta de inteligência" a divulgação do texto em meio à crise nas Forças Armadas. "Para nós a nota já era esperada, porque foi o que aconteceu desde o começo do governo. Só me parece muita falta de inteligência política divulgar isso no mesmo dia em que os chefes das três Forças são demitidos".
O deputado Carlos Zarattini, do PT de São Paulo, afirmou que Braga Netto "repete a cantilena dos militares" e avaliou que "o melhor seria eles virarem a página e não se meterem na política". "Poderiam copiar seus colegas militares norte-americanos que se recusaram a cumprir as ordens repressivas de Trump. Militares não têm que ficar fazendo ordem do dia, têm que se dedicar a defesa do país, do povo e nesse momento combater a pandemia", declarou.
Listando outros episódios controversos relacionados a bolsonaristas e ocorridos nas últimas 48 horas, a deputada Tabata Amaral, do PDT de São Paulo, questionou "o que falta" para o impeachment. "Presidente da CCJ prega motim policial, militares contrários ao radicalismo saem do governo, apresentam PL autoritário, novo recorde de mortes por Covid. E agora o ministro da Defesa diz que golpe de 64 pacificou país e deve ser celebrado. Tá faltando o que para pautar o impeachment?".
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Comentários (10)
Sinvall
2021-03-31 20:38:29A grande maioria dos atuais parlamentares que criticaram o Gen Braga Neto ou não existiam ou eram criançinhas em 1964 (2021 - 1964 = 57 anos). Portanto não estão em condições de dar palpite sobre o papel das Forças Armadas naquela ocasião.
MARCOS
2021-03-31 20:23:28O general está certíssimo em suas falas pois sem o exército hoje seríamos uma CUBA.
Roberto
2021-03-31 16:22:38Coitado desse capacho; sabe q 64 foi os militares defecarem sobre a pátria e se limparem com a constituição
Paulo
2021-03-31 15:03:46se não fosse o povo nas ruas como amplamente divulgado por fotos, teríamos os partidários de Fidel no poder e aí "Diretas já " nunca teria acontecido, teríamos partido único, imprensa oficial e liberdade controlada. Crusoé não existiria.
Edmundo
2021-03-31 14:43:00PERGUNTO A TODOS JORNALISTA E ESSES DEPUTADOS GOSTARIA QUE NOS TIVÉSSEMOS UM REGIME IGUAL CUBA? OS DEPUTADOS ESTARIAM NA ROSA CORTANTANDO CAMPIM E JORNALISTA PRESO!
Voltaire
2021-03-31 13:00:36Os amigos que comentaram antes, quiçá desconheçam que a ideia original do Movimento Civil/Militar que derrubou o PR Goulart, era que após a gestão do 1o. PR Militar, Marechal Castelo Branco, devolver o poder aos civis e isso não não aconteceu porque seu ministro da Guerra, Gal. Costa e Silva, se impôs como o futuro presidente. A partir daí, o gosto pelo exercício do poder fez o resto: uma ditadura que durou 31 anos. Ora, com todo respeito, ditaduras não devem ser celebradas por democracias.
Remulo
2021-03-31 12:54:28Se atual presidente sofrer impeachiment , que seja por motivo certo ( que existe ) e não por prerrogativas do cargo ou pelo fato de ser um Ogro. Mas, caso aconteça, Ficaríamos muito melhor representados por Hamilton Mourão.
Jaime
2021-03-31 12:41:34Engraçado como a Crusoé está dando importância ao vice de Lira. Na época de Maia, alguém lembra do nome do vice cara? Vai ver Lira tem opinião diversa do seu vice... bem, o fato é que bandido tem medo de polícia. Estes congressistas SABEM q estão tocando o terror. Quando houve uma sirene ficam, todos, apavorados. E a sirene for a do jeep de um cabo do Exército, então.
Pronto, falei
2021-03-31 12:38:01foi a marcha da Familia com Deus pela liberdade, entre outros discursos de Jango em 13/03/1964. Por isso hoje jovens vestidos com camisetas com foto de Che Guevara, nem tem noção por que gritam nas ruas, será que gostariam de morar no Brasil com atraso de Cuba?. Pobre povo sem conhecimento histórico.
Pronto, falei
2021-03-31 12:33:37Verdade sobre 1964, Comunista gostam de chamar de Golpe ou Revolução, O ponto inicial foi a renúncia de Jânio Quadros, permitindo de seu vice João Gourlart (Jango) a posse em 1961. Era sabido por todos a ligação de Jango com a China Comunista. Só foi Jango anunciar as Reformas de Base, baseadas nos ideias comunistas e experiências de Fidel em Cuba, os militares tomaram o poder em 01/04/1964. Houve vários episódios que culminaram com a decisão da tomada de poder, uma das principais ..continua,