Cúpula do Itamaraty aprova escolha de Carlos França: 'quadro clássico'
Foi bem recebida por embaixadores da ativa e integrantes do alto escalão do Itamaraty a escolha do embaixador Carlos Alberto Franco França para substituir Ernesto Araújo no comando do MRE. O nome foi confirmado na noite desta segunda-feira, 29, pelo Palácio do Planalto. "É um quadro clássico do Itamaraty. Um embaixador da velha escola", analisa...
Foi bem recebida por embaixadores da ativa e integrantes do alto escalão do Itamaraty a escolha do embaixador Carlos Alberto Franco França para substituir Ernesto Araújo no comando do MRE. O nome foi confirmado na noite desta segunda-feira, 29, pelo Palácio do Planalto.
"É um quadro clássico do Itamaraty. Um embaixador da velha escola", analisa um integrante da cúpula do MRE, sob reserva. Auxiliares do atual chanceler consideram, ainda, que o novo chefe da pasta é "versátil", "discreto", "quadro técnico" e "amigo leal". Lembram, ainda, de uma questão cara a Jair Bolsonaro: o escolhido é cristão.
O novo chanceler é tido por colegas de trabalho como uma pessoa meticulosa, eficiente, mas que nunca chegou a ter um papel mais político, dedicando sua carreira majoritariamente a questões cerimoniais, consideradas importantes para a diplomacia.
Na avaliação de diplomatas críticos a Bolsonaro, por outro lado, o embaixador provavelmente foi escolhido porque os outros cotados não quiseram assumir o posto num momento delicado para o governo. Além dele, estava no páreo o embaixador Luís Fernando Serra, chefe da Embaixada do Brasil em Paris.
Hoje com 56 anos, França entrou para a carreira diplomática em 1991. Ele foi colega de turma no Instituto Rio Branco de diversos membros da cúpula do atual Itamaraty, como Pedro Wollny, chefe de gabinete de Ernesto Araújo, Maria Eduarda de Seixas Corrêa, esposa do chanceler, e Otávio Brandelli, secretário-geral das Relações Exteriores. Já Ernesto Araújo, da turma de 1990, foi veterano de França no Itamaraty, e também nutre boa amizade com o novo chanceler.
Durante o governo Temer, foi nomeado como subchefe do cerimonial da Presidência da República, cargo em que permaneceu até ser promovido à chefia do cerimonial, já nos últimos meses de 2018. Ele foi o responsável, por exemplo, por coordenar a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro, que passou a gostar do trabalho do diplomata, elogiado também por deputados que visitam o presidente no Palácio do Planalto
O novo chanceler foi promovido por Jair Bolsonaro a embaixador, posto mais alto da carreira diplomática, em 2019. No final do ano passado, ele passou a chefiar a assessoria especial da Presidência – sinal da confiança que conquistou no Planalto. Também em 2020, em uma imagem que rodou as redes sociais, França acompanhou Bolsonaro em visita a uma pastelaria. "É o novo Itamaraty", brincou o presidente, à época.
O escolhido nunca chegou a chefiar uma embaixada do Brasil no exterior. Seu último cargo fora do país foi o de ministro-conselheiro na sede diplomática brasileira em La Paz, na Bolívia. No Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco – etapa necessária para a promoção aos cargos mais altos da diplomacia –, foi aprovado "com louvor", em 2013, com uma tese sobre a possibilidade de construção de usinas hidrelétricas binacionais entre Brasil e Bolívia.
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Comentários (5)
Edmundo
2021-03-29 22:41:12Não tem de aprovar nada tem aceitar e ficar calado e fazer o trabalho pelo salário que recebe!
Edson
2021-03-29 22:01:08alguma coisa errada. a reportagem nao defenestrou o cara. Não estou reconhecendo mais esta revista.
MENEZES88
2021-03-29 21:13:25E QUEM PODE AFIRMAR QUE O BOZO É CRISTÃO? SOBRE ESSE NOVO CHANCELER É BOM QUE FIQUE ESPERTO POIS DAQUI PARA A FRENTE A DANÇA DAS CADEIRAS PODE SE TORNAR UM JOGO PARA A PLATÉIA. TUDO QUE O BOZO FIZER DAQUI PARA FRENTE TEM AS MÃOS DO CENTRÃO ENTÃO NÃO PODERÁ FAZER ALGO QUE VÁ DE ENCONTRO AOS INTERESSES DO CONGRESSO UMA VEZ QUE O PALHAÇO É UM VENTRÍCULO REVESTIDO DE PODER. QUEM MANDA É O CENTRÃO E TODOS NÓS JÁ SABÍAMOS DISSO, E A SAÍDA OU PERMANÊNCIA DESTE ACÉFALO É DITADA POR SEUS "GRANDES AMIGOS"
Giuseppe
2021-03-29 21:07:38Quanta mediocridade em todas as escolhas do paranóico do Planalto. Nada de fazer O GOVERNO DOS MELHORES, como o italiano Draghi. Esse é o GOV. DOS PIORES. Com certeza!
Jose
2021-03-29 20:59:04Ele colocou um ministro que gosta de cerimonial. Ou seja, passará a maior parte do tempo organizando festinhas para os Bozokids e Bozetes alucinadas. Pobre país!