Centrão e PT se unem para resgatar contrabandos incluídos no pacote anticrime
O Congresso deliberou ontem, 17, sobre os vetos apostos pelo presidente Jair Bolsonaro ao pacote anticrime em 2019, sob orientação do então ministro Sergio Moro. Em um recuo do Centrão, houve acordo entre líderes para permitir a eliminação de trechos do texto antes aprovado pelo parlamento, que, na prática, desfigurariam a Lei de Improbidade Administrativa....
O Congresso deliberou ontem, 17, sobre os vetos apostos pelo presidente Jair Bolsonaro ao pacote anticrime em 2019, sob orientação do então ministro Sergio Moro. Em um recuo do Centrão, houve acordo entre líderes para permitir a eliminação de trechos do texto antes aprovado pelo parlamento, que, na prática, desfigurariam a Lei de Improbidade Administrativa.
O passo atrás é estratégico: líderes do Centrão já se articularam com o relator da nova lei de improbidade administrativa, o petista Carlos Zarattini, para retomar, na nova norma, os trechos vetados por sugestão de Sergio Moro na Lei Anticrime. "Recuaram agora para ganhar lá na frente", admite um parlamentar que acompanhou as tratativas.
A pauta interessa tanto a petistas quanto a integrantes do Centrão. O próprio líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (foto), do Progressistas, pediu em reunião de líderes que a nova norma seja levada ao plenário. A expectativa de deputados é que a votação da matéria ocorra no mês que vem.
Em uma das mudanças propostas, os parlamentares querem que réus em ações de improbidade administrativa tenham o poder de assinar os chamados acordos de não persecução mesmo depois de recebidas as denúncias e iniciados os processos. Hoje, esses acertos podem ser fechados apenas antes da denúncia e alcançam somente crimes realizados sem violência e cujas penas mínimas sejam inferiores a quatro anos.
“O agente infrator estaria sendo incentivado a continuar no trâmite da ação judicial, visto que disporia, por lei, de um instrumento futuro com possibilidade de transação”, escreveu Sergio Moro, à época do veto a este trecho no pacote anticrime.
Além da retomada de trechos vetados por Bolsonaro em 2019, a nova lei de improbidade pretende desfigurar a norma, abrindo a porta para a "impunidade", na opinião de procuradores. Segundo o texto apresentado por Carlos Zarattini, agentes públicos que cometam irregularidades, só poderão ser punidos caso fique comprovado "dolo específico" com a intenção de enriquecimento ilícito. Dentre outros retrocessos, a nova norma abre brechas para o nepotismo, prática que chegou a ser defendida publicamente pelo líder do governo na Câmara.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Sueli
2021-03-19 05:11:03Moro, meu amigo, para presidente você não ganhará, então candidate-se a senador ou a deputado federal e seja mais um a defender o Brasil, fazendo leis ao povo e à nação e NÃO para atender maus-caráteres de partidecos que sugam o nosso sangue e estão empesteando o Brasil.
Lucia
2021-03-19 00:25:30Esses petistas são que há de pior na política brasileira! Definitivamente!
Heloisa
2021-03-19 00:00:28Esse Ricardo Barros não está na política para o bem do Brasil e dos brasileiros, mas para auferir vantagens p si e seus apaniguados.
Daniel
2021-03-18 21:12:05precisamos fazer algo pois esses picaretas passam do ponto. até quando vamos assistir esses abusos pacificamente Daniel
Rommel
2021-03-18 20:54:49Sem perspectiva de vermos um país combatendo efetivamente a corrupção. Todo esforço da Lava Jato foi para o brejo sem o apoio dos dos três poderes. nunca seremos um país sério. E o povo vai reeleger novamente essa corja de parlamentares.
Góes
2021-03-18 20:01:01Imagine o que não vai sair dai, Centrão e PT juntos, só Deus pode nos salvar desse grupo, pois o povo não sabe votar
Carlos
2021-03-18 19:46:56PT centrão e governo desmontando o que Sérgio Moro tentou construir. Não admira que tenha tantos inimigos. O Brasil não tem jeito...
Danton
2021-03-18 18:55:25políticos bandidos!!!
Jaime
2021-03-18 18:15:07Rapaz, nem com um grupo da OCDE vindo ao Brasil pra verificar o que está sendo feito pra combater a corrupção esses pilantras recuam?! Por isso querem desarmar o povo. Eles sabem que um povo armado não se intimida.
Angela
2021-03-18 17:04:41Só bandidos!!!