Relatora considera declarações de Silveira 'gravíssimas' e recomenda manutenção da prisão
Relatora do caso Daniel Silveira, a deputada Magda Mofatto (foto), do PL de Goiás, manifestou-se nesta sexta-feira, 19, pela manutenção da prisão do deputado bolsonarista, decretada pelo Supremo Tribunal Federal. O parlamentar está atrás das grades desde a última terça-feira, 16, por ordem de Alexandre de Moraes em razão da incitação de violência contra ministros...
Relatora do caso Daniel Silveira, a deputada Magda Mofatto (foto), do PL de Goiás, manifestou-se nesta sexta-feira, 19, pela manutenção da prisão do deputado bolsonarista, decretada pelo Supremo Tribunal Federal.
O parlamentar está atrás das grades desde a última terça-feira, 16, por ordem de Alexandre de Moraes em razão da incitação de violência contra ministros da corte e da apologia ao AI-5, instrumento de repressão da ditadura militar.
Mofatto classificou a decisão do ministro como "correta, necessária e proporcional" por entender que as declarações de Silveira foram "gravíssimas". A deputada afirmou que "nenhuma autoridade está imune a críticas", mas observou ser "preciso traçar uma linha e deixar clara a diferença entre a crítica contundente e o verdadeiro ataque às instituições democráticas".
A relatora disse, ainda, que Silveira "transformou o exercício do mandato em plataforma para a propagação do discurso de ódio, de ataques a minorias, de defesa de golpe de estado e de incitação da violência contra autoridades públicas".
A deputada lembrou que a Lei de Segurança Nacional classifica como crime "tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos Estados". "Além disso, mostra-se cristalina a intenção do parlamentar de criar animosidade entre a corte e as Forças Armadas", completou, em referência a outro delito previsto na mesma legislação.
Para Mofatto, recorrentes declarações de Silveira indicam que "as ameaças aos integrantes do Tribunal Constitucional eram sérias e críveis, revelando a periculosidade do colega e justificando a prisão para impedir a continuidade da prática delitiva".
No parecer, a parlamentar ainda recomendou que o Congresso aperfeiçoe o artigo 53 da Constituição Federal, que estabelece que "deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos" e "não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável". O presidente da Câmara, Arthur Lira, já havia anunciado a criação de uma comissão para se dedicar ao trabalho.
Na avaliação de Mofatto, a casa deve extirpar quaisquer dúvidas sobre sua aplicação, levando em conta, entre outros aspectos, a definição precisa do conceito e do rol de crimes inafiançáveis; as situações caraterizadoras de flagrante delito; e o alcance de decisões cautelares monocráticas que determinam a prisão de parlamentares.
Para manter a prisão de Silveira, são necessários 267 votos, número equivalente à maioria absoluta do parlamento. Após o anúncio do resultado, haverá a leitura e a promulgação da Resolução da Câmara, que formaliza a decisão do plenário.
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Comentários (4)
Edmundo
2021-02-20 10:06:23Quero saber quando mais de forem presos quando dizer algo que o STF julgue ofensa na tribuna e vcs serem presos! Se vcs não são capaz defender a liberdade de expressão não deve está no parlamento!
Jose
2021-02-19 20:07:32Gente como podem escolher uma mulher analfabeta funcional para ser relatora de um caso grave! Ele não fez um relatório ela fez citações . Como alguém pode julgar um acusado por citações sem apresentar argumentos técnicos constitucionais! Putz, estamos ferrados ! Depois do governo de Itamar Franco, os presidentes que sucederam, estão levando nosso amado Brasil a um país de terceiro mundo! preciso citar, com a contribuição do congresso e do supremo federal!
Jaime
2021-02-19 18:47:46A relatora pede mudança no Artigo 53. Ou seja: ela reconhece que a liberdade PLENA de manifestação de um congressistas NÃO se confunde com a Liberdade de Expressão dos demais brasileiros. Querem adequar o Artigo 53 às necessidades do Supremo. Foi manipulada, realmente. Lira seguiu orientações de Bolsonaro: as eleições são no próximo ano. Ninguém será ovacionado além de mim. Mantenha o cara na cadeia que vou dar um passeio em Pernambuco. Daniel 2022? Não. Bolsonaro 2022 soa melhor, né?
Marcia
2021-02-19 18:18:28Relatora foi descaradamente manipulada. O que Sampaio não toleraria. Por isso a troca.