Reforma constitucional pode consolidar autoritarismo no Haiti
O governo do Haiti, chefiado por Jovenel Moïse (foto), entregou a 94 organizações políticas na semana passada um projeto de reforma na constituição do país. Moïse quer submeter a sua versão do texto constitucional a um referendo popular no dia 25 de abril. A iniciativa está cercada de irregularidades. A principal delas é que Moïse deveria...
O governo do Haiti, chefiado por Jovenel Moïse (foto), entregou a 94 organizações políticas na semana passada um projeto de reforma na constituição do país. Moïse quer submeter a sua versão do texto constitucional a um referendo popular no dia 25 de abril.
A iniciativa está cercada de irregularidades. A principal delas é que Moïse deveria ter deixado o cargo no domingo, 7 de fevereiro. Como seu mandato atrasou para começar, ele se considera no direito de ficar no posto até 2022.
Outro problema é que, pela legislação atual, para que uma reforma constitucional seja válida é necessária a aprovação da Câmara dos Deputados e do Senado. "Como não há Congresso porque não foram realizadas eleições legislativas, Moïse aproveitou a oportunidade para iniciar a reforma de maneira unilateral", diz o cientista político haitiano John Miller Beauvoir, autor de um livro sobre a política no país caribenho.
As mudanças na Constituição podem consolidar o autoritarismo no Haiti. A proposta de Moïse reforça o poder do presidente. No atual sistema, o presidente escolhe o primeiro-ministro, mas o nome precisa ser ratificado pelo Congresso. Moïse quer trocar o primeiro-ministro por um vice-presidente sem a necessidade de submeter a escolha aos parlamentares. Outra proposta pretende possibilitar que o presidente possa governar por dois mandatos consecutivos, o que não é permitido hoje. Nos planos do atual governo também está a eliminação do Senado, o que deixaria o país com um Congresso unicameral. "Em linhas gerais, o que Moise quer é aumentar o poder do presidente e diminuir o do Parlamento", diz Beauvoir.
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Comentários (4)
Jose
2021-02-13 19:33:26Como eu escrevi antes, o Jovenel é o Bozo haitiano. Se não fosse a imprensa e a sociedade civil organizada, o Bozo já teria feito o mesmo aqui.
LAVA JATO VIVE - 7
2021-02-13 14:24:10Mesmo num país miserável, como é o caso do Haiti, todos querem o poder. O poder cria uma dimensão separada do povo e da pobreza. Pergunta para o Bolsonaro, que está quebrando o Brasil, se ele quer deixar o poder? O Brasil quebrado não interfere em nada para ele e sua corja. Ou alguém acha, que mesmo quebrado, o Brasil, a vaca leiteira, vai deixar faltar leite condensado para o presidente.
LAVA JATO VIVE - 7
2021-02-13 14:24:00Mesmo num país miserável, como é o caso do Haiti, todos querem o poder. O poder cria uma dimensão separada do povo e da pobreza. Pergunta para o Bolsonaro, que está quebrando o Brasil, se ele quer deixar o poder? O Brasil quebrado não interfere em nada para ele e sua corja. Ou alguém acha, que mesmo quebrado, o Brasil, a vaca leiteira, vai deixar faltar leite condensado para o presidente.
MARCIO
2021-02-13 14:19:12Uma hora acontecerá no Brasil também. Graças aos bovinos.