Guedes diz que imposto digital 'está morto' e ataca Federação de Bancos
O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), se contradisse nesta quinta-feira, 29, sobre a criação de um imposto incidente sobre transações financeiras realizadas em meios digitais. Em princípio, o chefe da equipe econômica defendeu o tributo e alegou que o Brasil precisaria tê-lo. Depois, afirmou que o encargo "está morto, não existe". Guedes sempre colocou-se...
O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), se contradisse nesta quinta-feira, 29, sobre a criação de um imposto incidente sobre transações financeiras realizadas em meios digitais. Em princípio, o chefe da equipe econômica defendeu o tributo e alegou que o Brasil precisaria tê-lo. Depois, afirmou que o encargo "está morto, não existe".
Guedes sempre colocou-se a favor do novo imposto, usualmente comparado à antiga CPMF, para bancar a desoneração na folha de pagamento das empresas. Em audiência no Congresso sobre as medidas fiscais de combate à pandemia do novo coronavírus nesta quinta, ao abordar o assunto pela primeira vez, observou que "há um futuro digital chegando", o que deveria ser levado em consideração.
"O Brasil é a terceira ou a quarta maior economia digital do mundo. Nós vamos ter que ter o imposto digital mesmo. Aí você fala: querem aumentar imposto? Não! Nós vamos diminuir os outros, nós vamos simplificar os outros, nós vamos desonerar a mão de obra. Nós estamos indo para um futuro melhor", pontuou.
Minutos depois, o ministro mudou o tom. Guedes afirmou que houve um "lobby" e "interdição" contra o tributo digital, lembrou a demissão de Marcos Cintra do cargo de secretário da Receita Federal e ressaltou que "ninguém" quer discutir o assunto próximo ao pleito municipal.
"Quem sabe eu tenha que parar de falar sobre esse imposto mesmo. Inclusive, estamos em véspera de eleição e quero declarar o seguinte: Esse imposto considere-se morto, extinto. Quando ele foi falado pela primeira vez, caiu o secretário da Receita. Agora, estamos em plena campanha eleitoral, ninguém quer discutir esse troço, o ministro da Economia vai falar disso? Esquece. Esse imposto não existe. Agora, você apoia a desoneração sem fonte, sem dizer de onde vem o dinheiro? Ora, esse privilégio é do Congresso. Eu não posso apoiar. Quero saber de onde vem o dinheiro", disparou.
Irritado com as articulações contrárias ao imposto digital, Guedes ainda atacou a Federação Brasileira de Bancos, Febraban. De acordo com o ministro, a entidade financia estudos de outras pastas e de "ministro fura-teto" em oposição ao tributo.
"(Febraban) financia até programa de estudo de ministro gastador para ver se enfraquece o ministro que defende acabar com esse privilegiozinho, esse cartoriozinho", acusou. "A Febraban financia até estudos de outros ministérios que não têm nada a ver com a atividade dela, ela financia justamente no lobby de enfraquecimento do ministro que está segurando a barra, que não quer deixar esse cartório prosperar", completou.
As declarações se deram momentos após o presidente Jair Bolsonaro assegurar que o governo federal não ampliará a carga tributária brasileira ao fim da crise sanitária. O chefe do Planalto alegou admitir a criação de novos impostos apenas se substituírem outros encargos.
Há uma semana, Bolsonaro adotou postura similar durante cerimônia no Itamaraty. "Estamos simplificando impostos. O nosso país, Paulo Guedes, o governo federal não aumentou impostos durante a pandemia e não aumentará quando ela também nos deixar", disse na ocasião.
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Comentários (8)
Odete6
2020-10-30 07:19:25Parecem baratas tontas após o jato de inseticida...... vão consultar o Dr. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO e sua EQUIPE, que acabaram com uma inflação de 80% ao mês no país, coisa que ninguém dava jeito, missão hercúlea que ninguém encarava e eles souberam muito bem como fazer para resolver o problema bem como o restante do conjunto de problemas desse advindo!!!!
Suzane
2020-10-29 19:58:57Sabe o que é curioso? O Guedes vive falando que vai substituir impostos, não até hoje eu não sei quais são os que ele pretende extinguir, nem diminuir... O que eu vejo é o imposto sobre as compras do supermercado e da conta de energia aumentarem todo mês...
Waldemar
2020-10-29 16:19:23Se vocês querem persistir na tese de que imposto é uma coisa "feia" e por isso eliminada,vcs estão propondo desmontar um Estado democrático e liberal e troca-lo por uma ditadura de partido.É isso? O CONGRESSO QUE AI ESTÁ; OS ELEITOS QUE LÁ ESTÃO, TEM QUE FAZER O QUE É NECESSÁRIO PARA A NAÇÃO E NÃO PARA SI E SEUS INTERESSES. A REFORMA TRIBUTÁRIA ESTA NAS MÃOS DELES. FALTA É TRABALHO, ESPÍRITO PÚBLICO, COMPETÊNCIA E VERGONHA (MEDO DO ELEITOR). REFORMA TRIBUTÁRIA, JÁ!
Waldemar
2020-10-29 16:09:49Todos os comentários estão : ERRADOS! Meus co-cidadãos: todos querem as beneces do Estado, querem direitos, subsídios, serviços, investimento, etc mas esquecem que o estado só distribuí o que arrecada. O Estado produtor, plantador, interventor é um Estado socialista, utópico e, principalmente, fracassado.Mata o empreendedorismo, a inovação, o investimento e o lucro, que quando há , fica com os donos do partido central e seus bolsos.
BOCCA DELLA VERITÁ
2020-10-29 15:58:19em termos de desorientação o guedes pode competir de forma honrosa com eduardo suplicy. seria legal ver os dois debatendo sobre qualquer tema .
Giovannini
2020-10-29 15:42:36Eles estão e doidos para inventar mais impostos para lastrear o “ renda Brasil “ ! Seria mais fácil e econômico trocar os cartões do bolsa família com o logo do renda e pronto ! Quem garante que eles vão diminuir imposto para colocar outro ? Me engana que eu gosto !
BOCCA DELLA VERITÁ
2020-10-29 15:35:25este é o governo dos verdadeiros CHAPOLINS COLORADOS
Claudio
2020-10-29 14:40:50Está certíssimo....