Como será a economia da Bolívia com Luis Arce, o escolhido de Evo Morales
O presidente eleito da Bolívia, Luis Arce Catacora (foto), é um economista que passou três décadas no Banco Central do país e foi ministro da Economia de Evo Morales, do Movimento ao Socialismo (MAS). Em seus anos como ministro, ele criou o "modelo econômico social comunitário e produtivo", com a ideia de que é preciso...
O presidente eleito da Bolívia, Luis Arce Catacora (foto), é um economista que passou três décadas no Banco Central do país e foi ministro da Economia de Evo Morales, do Movimento ao Socialismo (MAS).
Em seus anos como ministro, ele criou o "modelo econômico social comunitário e produtivo", com a ideia de que é preciso estimular a demanda interna a partir do aumento do gasto público. Nos primeiros anos de Evo Morales, o modelo funcionou a contento porque o preço das commodities estava em alta. Como as commodities caíram de valor, a demanda interna passou a ser sustentada principalmente com a elevação da dívida pública interna e externa, o que secou as reservas do país. "Na época em que Arce foi ministro, esse modelo já tinha sido esgotado", diz o economista Mauricio Ríos García, que tem uma empresa de planejamento de patrimônio pessoal, em Cochabamba. "Se Evo Morales tiver muita influência neste próximo governo, provavelmente Arce tentará resgatar o seu modelo, o que não será bom para a economia."
Nos anos de Morales, os gastos governamentais foram direcionados principalmente para grupos favoráveis ao governo. O hábito continua. Em sua campanha eleitoral, Arce tem proposto um bônus equivalente a 150 dólares para cada boliviano para ajudar na crise gerada pela pandemia do coronavírus.
O bônus poderia saciar a base eleitoral e ao mesmo tempo reforçar o seu caráter ideológico e populista. "Arce não é um tecnocrata. O modelo que ele implementou na Bolívia estava carregado de ideologia. Ele o entendia como uma das etapas para alcançar o socialismo ao estilo cubano. Ele é abertamente um admirador de Che Guevara", diz Ríos García.
O que pode ajudar a frear o gasto público elevado, que tem como corolário o descontrole da inflação e a desvalorização da moeda, é o apoio que Arce tem recebido de alguns grupos sociais. "Muitos comerciantes informais e empresários apoiaram o candidato do Movimento ao Socialismo nos últimos meses", diz o economista e analista político boliviano Hugo Marcelo Balderrama, de Cochabamba. "Se Arce manobrar as finanças na medida do possível, isso pode gerar uma divisão no Movimento ao Socialismo (MAS), com uma facção ligada ao presidente, mais moderada, e outra a Evo Morales."
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Comentários (9)
Ricardo
2020-10-21 13:40:26Bolívian os, argentinos,venezuelanos, chilenos. Kkk. Vão ter q comer carne de cachorro
CARLOS
2020-10-21 11:10:15É bom pro Brasil. Mão de obra barata, baixa produtividade nas commodities em que competem no mercado. A Bolívia cai no buraco e deixa a planície para o Brasil
JOSÉ
2020-10-21 10:18:32UMA COISA E SERTA O BRASIL TEM QUE FECHAR FRONTEIRA. CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE.
José
2020-10-21 08:19:59A Bolívia vai virar um venezuela
Emilio Cêdo
2020-10-20 22:17:01Repito: Notícia tendenciosa. Os dois entrevistados são conhecidos opositores fanáticos do que voce chama de "moralismo". Já estou desisitindo de ler esta notas enviesadas. Queremos notícia com análise consistente e sem ideologias preconceituosas de todos os tipos.
MARCOS
2020-10-20 19:47:00Desde quando as commodities bolivianas (pasta base de cocaína) está em baixa?
Jose
2020-10-20 19:36:31Bem, análise pobre. O novo presidente deve saber o que faz. De qualquer forma, em época de crise, é melhor distribuir dinheiro para os mais pobres do que dar subsídios para os mais ricos, tal como acontece no Brasil. Lembrem-se que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo graças ao modelo econômico bozolulista.
Getulio
2020-10-20 19:26:24O país corre o risco de caminhar com as coxas bambas. Nem Cuba nem Venezuela apontam em outra direção. Se a fusão dos dois países tivesse ocorrido, como Cubuela ou Venecuba, o desastre seria duplo. Felizmente, os brontossauros brasileiros não conseguir ir adiante com o seu plano de fusão com Cuba, rejeitado liminarmente. Os cubanos ficaram horrorizados com o nome resultante da fusão, Cubrasil, e os brasileiros não se entusiasmaram com a alternativa. Sempre pode piorar. Para a maioria, óbvio!
Amauri
2020-10-20 18:35:19Que triste ver o povo boliviano cair nessa armadilha novamente. Que praga se instalou na América Latina, volta e meia lançam-se esses candidatos populistas e corruptos a quem a sociedade deverá se curvar. O Evo Morales é um dos maiores narcotraficantes do mundo e sua influência naquele país não deixará de existir enquanto esse criminoso existir. Que essa desgraça fique bem longe de nós