O que esperar do debate presidencial desta terça nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fará seu primeiro debate contra o candidato democrata Joe Biden nesta terça-feira, 29, às 22h de Brasília. Ao longo de 1 hora e meia, eles irão abordar seis temas, tendo cada um deles um limite de 15 minutos. O que esperar da discussão em torno dos principais assuntos:...
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fará seu primeiro debate contra o candidato democrata Joe Biden nesta terça-feira, 29, às 22h de Brasília. Ao longo de 1 hora e meia, eles irão abordar seis temas, tendo cada um deles um limite de 15 minutos. O que esperar da discussão em torno dos principais assuntos:
Suprema Corte
Trump provavelmente tentará explorar ao máximo a indicação da juíza Amy Coney Barret para a vaga que foi aberta com a morte de Ruth Bader Ginsburg, na sexta-feira, 18. Sua possível aprovação pelo Senado fará com que a Suprema Corte some seis integrantes conservadores contra três liberais, o que atenderá parte expressiva do eleitorado de Tump que milita, por exemplo, contra o aborto, um dos temas caros ao conservadorismo. Católica fervorosa, a juíza já declarou que "a vida começa na concepção". Apesar de nunca ter se pronunciado abertamente contra o aborto, ela proferiu votos sinalizando que aumentaria restrições à interrupção de gravidez.
Biden tem evitado entrar em bola dividida. Parecer progressista demais agora, caso ele se declarasse pró-aborto, poderia afugentar os eleitores que votaram em Trump em 2016, mas que podem migrar para ele porque estão insatisfeitos com a maneira como o governo está lidando com a pandemia e com a crise econômica. "Os democratas parecem estar concentrando a campanha no atendimento de saúde, em vez de falar no aborto", diz o analista político americano Kyle Kondik, do Centro de Política da Universidade da Virgínia. "Parece ser uma opção inteligente. Biden está tentando reconquistar alguns eleitores brancos e conservadores do Meio-Oeste."
Alguns democratas, ressentidos com o fato de que o Senado deve aprovar o nome de Amy Coney Barret, defendem que Biden, caso seja eleito, aumente o número de integrantes da Suprema Corte, atualmente com nove membros. Dessa maneira, Biden poderia diluir a influência dos ministros conservadores nomeados por presidentes republicanos. Novamente, Biden tem evitado tocar no assunto para não assustar os eleitores de centro, que podem achar essa ideia radical demais.
Covid-19 e a economia
A crise econômica e a pandemia do coronavírus são os dois temas que mais preocupam os americanos nesta eleição. Biden tem passado a ideia de que a economia está periclitante porque o governo de Trump não soube lidar com a pandemia do coronavírus. "Enquanto não lidarmos com a Covid-19, nunca colocaremos nossa economia de volta aos trilhos. É por isso que, como presidente, vou aproveitar todos os dias para controlar esse vírus", escreveu Biden no Twitter nesta segunda, 28.
O discurso de Trump é o oposto. O presidente quer passar a ideia de que a pandemia já está sob controle e que ele é a pessoa mais indicada para conduzir o país à retomada econômica.
Tensões raciais
Trump tem se aproveitado do clima de insegurança gerado pelos protestos desencadeados após a morte de George Floyd, em maio. O presidente se autoproclama como o presidente da lei e da ordem.
O tema é delicado para Biden. O democrata não pode deslegitimar os protestos, sob pena de perder o apoio dos eleitores mais jovens do Partido Democrata. Ao mesmo tempo, ele não pode mostrar apoio incondicional, porque isso poderia ser entendido como uma chancela à violência. Biden, assim, tem prestado solidariedade aos familiares de negros mortos assim como tem falado com os sindicatos de policiais. Também tem se colocado contra a destruição de lojas e casas. "Vandalismo não é protesto. Saque não é protesto", disse ele.
A integridade das eleições
Trump tem colocado em dúvida a confiabilidade do processo eleitoral. Isso porque diversos democratas têm estimulado o voto pelo correio por causa da pandemia. O presidente também tem ameaçado não respeitar o resultado da eleição, caso seja derrotado. Com essas posturas, Trump consegue ao mesmo tempo empolgar sua base eleitoral e desestimular os democratas a votarem.
Biden precisa convencer os democratas de que o processo eleitoral é confiável. Além disso, precisa garantir que as pessoas que optaram pelo voto pelo correio — majoritariamente democratas — o enviem o quanto antes.
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Comentários (4)
Roberto C. S.
2020-09-29 15:49:19ALERTA: PESQUISAS À VISTA! Por que as sondagens eleitorais erram tanto, como isso distorce o processo democrático e o que se pode fazer Prepare-se. Com a definição das candidaturas para as eleições municipais de novembro, vem aí mais uma enxurrada de pesquisas. Neste ano, elas irão se sobrepor às de intenção de voto para a Presidência na ainda longínqua eleição de 2022...
Roberto 21
2020-09-29 13:34:26O Trump já avisou que, caso não seja reeleito, não vai aceitar o resultado. Já ouvi algo parecido por aqui...
Fábio
2020-09-29 13:11:47Coitado do Trump. Vai levar um laço hoje que vai perder até o rumo da Trump Tower kkkkkkkkk. PS: Leiam Fogo e Fúria. Ali mostra quem é o verdadeiro Trump. Apenas um fanfarrão.
Jose
2020-09-29 08:21:55Tanto faz. O resultado já está selado. O dono do Bozo será defenestrado do poder. A razão? Uma intensa mobilização popular contra ele devido à forma pela qual ele negou e tratou a pandemia. Ao contrário do Brasil, distribuir dinheiro (O Trump enviou um cheque de 2.5 mil dólares para cada americano sem distinção de faixa de renda) nos Estados Unidos não aumenta a popularidade de um presidente. Que o Brasil arrume imediatamente um Biden para enxotar o Bozo genocida do poder!