Após investida de Wassef, processo de delação da JBS voltou cinco vezes para o gabinete de Aras
O processo envolvendo a renegociação do acordo de delação premiada da JBS voltou cinco vezes para o gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras (foto), desde a investida feita pelo advogado Frederick Wassef em favor da empresa junto à PGR, com a ajuda do presidente Jair Bolsonaro. Como Crusoé revelou nesta semana, Wassef foi à...
O processo envolvendo a renegociação do acordo de delação premiada da JBS voltou cinco vezes para o gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras (foto), desde a investida feita pelo advogado Frederick Wassef em favor da empresa junto à PGR, com a ajuda do presidente Jair Bolsonaro.
Como Crusoé revelou nesta semana, Wassef foi à Procuradoria-Geral no dia 4 de outubro do ano passado para tratar do acordo de colaboração da empresa controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. Antes do encontro, Bolsonaro pediu a Aras para que Wassef, que era seu advogado e de seu filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, fosse recebido na PGR.
O presidente ainda telefonou, pessoalmente, para o subprocurador-geral José Adonis Callou de Araújo Sá, que tinha acabado de ser escolhido por Aras para coordenar o grupo de trabalho da Lava Jato na PGR. Adonis recebeu Wassef em seu gabinete, mas encerrou a conversa logo que soube que o advogado de Bolsonaro não tinha procuração da JBS para tratar do processo.
O encontro ocorreu quando o processo físico da renegociação da delação premiada da JBS ainda estava na PGR. Segundo o registro de deslocamento processual no site do Supremo Tribunal Federal, a peça havia chegado à sede do Ministério Público Federal no dia 19 de setembro, uma semana antes da posse de Aras no comando da instituição.
Após a investida de Wassef no dia 4 de outubro, o processo retornou outras cinco vezes ao gabinete de Aras. A primeira vez foi no dia 9 de outubro, ou seja, cinco dias apos a visita do advogado dos Bolsonaro. A peça permaneceu na PGR até o dia 24 daquele mês, quando foi devolvida ao STF, para o gabinete do ministro Edson Fachin, relator do caso.
No dia 28 de outubro, o processo da JBS retornou ao gabinete de Aras, ficando até o dia 4 de novembro. No mês seguinte, a peça ficou outros três dias para análise do PGR. O maior período, contudo, foi entre março e abril deste ano, quando os autos da renegociação da delação dos irmãos Batista ficou mais de um mês e meio em poder da Procuradoria-Geral.
Nessa época, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo, braço-direito de Aras, já havia assumido a coordenação do grupo da Lava Jato no lugar de Adonis Callou. Em junho, o processo da JBS registrou mais uma passagem pela PGR, de pouco mais de 20 dias, antes de retornar ao Supremo.
Desde a gestão do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que assinou o acordo com a JBS em 2017, a PGR tem defendido a anulação da colaboração premiada, a maior já feita no país, porque os irmãos Batista omitiram fatos criminosos relevantes em seus depoimentos e continuaram praticando atos ilícitos no mercado financeiro.
Em novembro do ano passado, após a visita de Wassef, o próprio Augusto Aras chegou a defender a rescisão em mais um parecer enviado ao STF. Curiosamente, pouco tempo depois, a PGR passou a considerar a possibilidade de rever sua posição e iniciou, então, tratativas no sentido de repactuar o acordo com a JBS, cujo julgamento no STF chegou a ser pautado para o último dia 17 de junho, mas acabou adiado.
Como Crusoé revelou na última quarta-feira, 19, Wassef recebeu 9 milhões de reais da companhia de Joesley e Wesley Batista desde 2015. Segundo a JBS, o contrato com o ex-advogado do clã Bolsonaro previa a atuação dele em "inquéritos policiais" e não junto à PGR. Aras negou ter havido interferência de Bolsonaro no caso e disse que mantém sua posição contrária à repactuação do acordo com a empresa dos Batista. Wassef disse que não atuou para a JBS no caso da delação premiada.
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Comentários (10)
Waldir
2020-08-23 18:49:24http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Rv2a
Sergio
2020-08-23 17:38:09esse é um forte candidato ao STF.
João
2020-08-23 10:01:01"Wassef disse que não atuou para a JBS no caso da delação premiada" só a justiça Brasileira acredita em tramoia.
SÉRGIO SANTOS
2020-08-22 22:14:11Com certeza a negociação esta quente!! Só pode ser!!! tudo isso nas barbas do STF, que não viu nada de irregular!!
So o Voto Salva!
2020-08-22 17:54:26Se esse Aras fosse um cara honesto, ja teria liberado o sigilo telefonico e provado que nao teve essas ligacoes, mas como nos todos imaginamos, se iberar vai aparecer muitas contatos e ligacoes nao republicanas. esse PGR trabalha para grupos politicos com a principal missao para e acabar com a Lava Jato, agora a pergunta quem pode investigar ele? Brasil pais da impunidade que tem o xerife como principal articulador dos poderosos do mal.
ANTONIO
2020-08-22 17:54:12Novas moscas. A pandemia inibe as manifestações populares. Vamos votar contra em outubro p preparar a grande virada em 2022 c M&M!
Heloisa
2020-08-22 17:09:26Aras e Bolsonaro são experts em trapacear, em inverdades. Um completo o outro e Cia Ltda. Os iguais sempre se juntam porque os objetivos são idênticos.
Dalila
2020-08-22 15:46:58Esse Aras já era para ter sido demitido, é um destruidor do MPF
José
2020-08-22 12:40:02Tem experiência: Aras para o STF
MARTA
2020-08-22 12:25:07Fora Aras!!!