Ouro venezuelano cria ‘redes de atividades ilícitas’, diz Itamaraty
O ouro extraído pelo regime de Nicolás Maduro na Amazônia venezuelana, próximo à fronteira com o Brasil, gera uma “rede de atividades ilícitas que terminam por afetar toda a região”. A avaliação é do Ministério das Relações Exteriores. Na última sexta-feira, Crusoé revelou que uma complexa logística de exportação de alimentos por parte de empresas...
O ouro extraído pelo regime de Nicolás Maduro na Amazônia venezuelana, próximo à fronteira com o Brasil, gera uma “rede de atividades ilícitas que terminam por afetar toda a região”. A avaliação é do Ministério das Relações Exteriores. Na última sexta-feira, Crusoé revelou que uma complexa logística de exportação de alimentos por parte de empresas em Roraima sustenta garimpos ilegais na Venezuela e fomenta o contrabando de ouro ilegal na região.
“O Itamaraty vem acompanhando com preocupação as atividades ilegais de mineração conduzidas na região do Orinoco, não apenas por servirem de sustentáculo financeiro ao regime ilegítimo venezuelano e representarem tragédia ambiental de grandes proporções, mas também pelos impactos -- muitas vezes relacionados à geração de redes de atividades ilícitas -- que terminam por afetar toda a região”, disse a chancelaria, em nota a Crusoé.
O MRE chama a atenção também para o mais recente relatório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos a respeito da Venezuela, que “revela absoluta falta de transparência do regime em relação às atividades desenvolvidas no Arco Mineiro do Orinoco e ao comércio de ouro e indica que uma ampla proporção da atividade mineira na região está controlada por grupos criminosos e elementos armados”, diz a pasta. “Ademais, o relatório confirma que a área é palco de diversas violações aos direitos humanos e ao meio ambiente”, acrescenta.
A chancelaria, no entanto, silenciou quanto a possíveis medidas tomadas pelo governo brasileiro para frear as exportações de comida através da fronteira em Pacaraima. “O governo brasileiro tem buscado apoiar o governo de Juan Guaidó em seus esforços para chamar a atenção da comunidade internacional para o problema. O tema já foi objeto de deliberações no Grupo de Lima e na Organização dos Estados Americanos (OEA). Em ambas as instâncias, o governo brasileiro tem reiterado sua preocupação com o envolvimento do regime ilegítimo em atividades ilícitas, as quais não se limitam à extração ilegal de ouro”, disse o Itamaraty.
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