Por conta de sua compensação desigual, o modelo de precificação dinâmica adotado pela Uber em 2023 está deixando especialistas preocupados.
Segundo um estudo recente da Universidade de Oxford, o aplicativo tem gerado tarifas mais altas para os passageiros e rendimentos significativamente menores para os motoristas.
Isso acontece pois o algoritmo ajusta o valor da corrida em tempo real, baseando-se em fatores como a demanda, oferta e outras circunstâncias, como o trânsito, por exemplo.
O problema é que, embora o sistema de precificação dinâmica eleve os preços quando a demanda aumenta, esse reajuste não parece se refletir na remuneração dos motoristas.
De acordo com a pesquisa, no Reino Unido, a renda horária ajustada pela inflação caiu de mais de £ 22 para pouco mais de £ 19, reduzindo a rentabilidade da atividade.
Falta de transparência da Uber gera conflitos
Antes de 2023, a Uber alegava reter cerca de 25% dos ganhos dos motoristas. Entretanto, com a implementação do novo algoritmo, os valores se tornaram aparentemente variáveis.
Apesar da empresa ainda alegar que mantém sua taxa em 25%, pesquisadores envolvidos no estudo de Oxford encontraram retenções de 40% e até 50% de valores pagos pelos passageiros.
Embora a média geral tenha se mantido de fato em 25%, a mediana sobe para cerca de 29%, indicando assim uma distribuição desigual das retenções.
Uber contesta resultados do estudo
Após a publicação, a Uber contestou os dados do estudo, relatando que os repasses aos parceiros superaram £ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2025.
Além disso, a empresa também afirmou que os motoristas do Reino Unido continuam recebendo relatórios semanais sobre seus ganhos, mantendo a sim a transparência.
Em contrapartida, foi revelado que, em 2025, os trabalhadores de fato tem acesso a uma porcentagem semanal consolidada, mas não há detalhamento sobre as corridas, impedindo a visualização de informações mais assertivas (via Brasil de Fato).