A crescente crise de desemprego juvenil na China tem levado jovens a buscar soluções não convencionais para suas dificuldades. Em grandes cidades como Shenzhen, Xangai e Wuhan, muitos desempregados pagam para simular atividades profissionais em escritórios.
Este fenômeno começou a ganhar destaque nos últimos meses, ao oferecer um alívio para a pressão social e familiar enfrentada pelos jovens. Com uma taxa de desemprego juvenil alta, atingindo mais de 14%, muitos recém-formados encontram dificuldades para se inserir no mercado.
Para evitar a inatividade em casa, esses jovens optam por frequentar espaços que simulam ambientes de trabalho. Esses escritórios oferecem internet, computadores e áreas de convivência, a um custo que pode ultrapassar 50 yuans por dia.
Rotina e disciplina
Os escritórios simulados permitem que os jovens mantenham uma rotina semelhante à de um emprego formal, o que é essencial para a disciplina e a saúde mental.
Embora essa prática não envolva um emprego real, ela ajuda a preservar a autoestima dos participantes, além de proporcionar oportunidades de networking. Muitos frequentadores buscam assimilar habilidades e conexões enquanto aguardam por uma oportunidade de emprego verdadeira.
Além disso, freelancers e nômades digitais veem nesses ambientes uma chance de aumentar a produtividade. Os escritórios simulados servem como uma ponte entre a vida acadêmica e o mercado de trabalho, ajudando a manter a disciplina necessária durante essa transição.
Dinâmica complexa
Em um cenário econômico em constante mudança, a prática de pagar para simular trabalho reflete a complexa dinâmica do mercado de trabalho chinês.
Para muitos jovens, fingir que trabalham deixou de ser apenas uma alternativa em face do desemprego, transformando-se em uma estrutura prática para manter a ordem pessoal e profissional.
Os frequentadores desses espaços relatam não apenas manutenção de uma estrutura cotidiana, mas também apoio emocional resultante da interação com outros jovens na mesma situação.