Embora o nível mais grave da pandemia de Covid-19 já tenha chegado ao fim, diversas lembranças do período ainda permanecem vívidas para muitas pessoas.
Ainda mais tratando-se de situações como a vivida pelo argentino Juan Manuel Ballestero, que estava passando as férias em Portugal quando tudo aconteceu.
Por conta do lockdown, voos foram cancelados, e com isso ele acabou sendo impedido de voltar para casa. Contudo, Ballestero estava determinado a voltar para casa para não só se reunir com sua família, mas também celebrar o aniversário de 90 anos de seu pai.
Para isso, o argentino embarcou em uma viagem que durou cerca de 85 dias à bordo de um veleiro, desafiando o Oceano Atlântico para conseguir voltar para sua terra natal.
Perigos na jornada
Além de enfrentar a desaprovação de amigos que tentaram dissuadi-lo da viagem, Ballestero também precisou lidar com as autoridades portuguesas, que o alertaram de que, em caso de qualquer problema, ele não poderia retornar ao país.
Ainda assim, em meados de março, o argentino partiu em seu pequeno veleiro, carregado de atum enlatado, arroz e algumas frutas, e enfrentou diversas outras adversidades ao longo da jornada.
Durante uma parada em Cabo Verde, na África, ele não recebeu permissão das autoridades locais para ancorar. Além disso, ele chegou a ser “perseguido” por outra embarcação ao longo da jornada.
Ballestero também teve que lidar com a fúria do mar, uma vez que uma maré forte o obrigou a fazer uma parada de 10 dias em Vitória, a capital do Espírito Santo. Mas após muita persistência, ele finalmente conseguiu chegar ao seu destino.
Chegada na Argentina e preocupação da família
Depois de quase três meses no mar, Ballestero finalmente chegou à Argentina, e, em entrevista ao portal The New York Times, alegou ter ficado orgulhoso de sua aventura.
“Entrar no meu porto, onde meu pai tinha o veleiro dele, onde ele me ensinou muitas coisas, onde eu aprendi a velejar e onde tudo isso se originou me deu uma grande sensação de missão cumprida”, declarou.
Ele realizou um teste de Covid-19 ainda nas docas e, após o resultado negativo, seguiu para reencontrar a família, que ficou inquieta com a decisão de Ballestero, mas não contra-argumentou, justamente por conhecer o estilo de vida do homem.