Na mitologia grega, o rei Midas recebeu do deus Dionísio o dom de transformar tudo o que tocasse em ouro. Já na realidade, pesquisadores do Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) conseguiram um resultado bem semelhante.
Utilizando um acelerador de partículas, os cientistas conseguiram forçar a colisão de núcleos de chumbo em alta velocidade. Como resultado, eles conseguiram converter o metal em ouro por um curto tempo.
A grande diferença entre os dois metais está em seu número de prótons, considerando que o chumbo tem 82 enquanto o ouro tem 89. Logo, o experimento basicamente consistiu em uma tentativa de “expulsar” prótons do núcleo do chumbo.
Para isso, os cientistas colidiram feixes de chumbo em altíssima velocidade, próxima à da luz, forçando seus núcleos a se chocarem. Como resultado, o metal perdeu três prótons, restando apenas 79.
Embora tenha durado apenas um microssegundo, a transformação de fato ocorreu, e isso representa mais um importante passo na tentativa de converter metais comuns em ouro.
Primeiras tentativas de transformar metal comum em ouro datam do século XVII
Desde a Antiguidade, alquimistas buscavam formas de transformar metais comuns em ouro. Porém, as limitações científicas da época e a natureza rudimentar da própria alquimia acabavam restringindo qualquer avanço significativo.
Além disso, como o processo exige a alteração de prótons em um átomo, fica evidente que a transmutação alquímica dificilmente poderia alcançar resultados concretos.
Experimento para transformar metal comum em ouro teve outras versões
Entre 2015 e 2018, o experimento com o acelerador de partículas foi repetido inúmeras vezes, resultando na criação de aproximadamente 86 bilhões de núcleos de ouro, que equivale a apenas 29 trilionésimos de grama.
Contudo, maioria dos átomos de ouro gerados apresentava instabilidade, sobrevivendo apenas cerca de um microssegundo antes de colidir com o equipamento ou se desintegrar em outras partículas, perdendo assim sua identidade.