Historicamente, o primeiro protótipo do celular data de 1973. Entretanto, há quem diga que os smartphones existiam há muito mais tempo, levando em consideração a existência do astrolábio.
Com este aparelho, que se assemelha a um relógio de bolso, usuários eram capazes de realizar diversas funções, como determinar o tempo, distâncias, alturas, latitudes e até mesmo o futuro, utilizando um horóscopo.
E vale destacar que outro exemplar desse fascinante objeto, datado do século XI, foi recentemente encontrado na Fondazione Museo Miniscalchi-Erizzo, em Verona, Itália.
Ao descobrir que a equipe do museu tinha pouquíssimas informações sobre a peça, a historiadora Federica Gigante, da Universidade de Cambridge decidiu ir até o local para analisar o astrolábio mais de perto.
Desta forma, ela conseguiu traçar sua origem até a Andaluzia do século XI, uma região onde muçulmanos, judeus e cristãos trabalhavam lado a lado, além de identificar inscrições em árabe e hebraico.
Modificações no “smartphone” histórico: astrolábio passou por grandes alterações
De acordo com Gigante, à medida que a peça passou por diferentes povos, ela foi sendo modificada e adaptada. Inclusive, ela comparou a gravação de informações à “instalação de novos aplicativos em um smartphone”.
Os nomes dos signos do zodíaco, inscritos originalmente em árabe, foram traduzidos para o hebraico, indicando que o astrolábio esteve em circulação dentro de uma comunidade judaica sefardita em algum momento de sua trajetória.
Contudo, ainda era possível encontrar inscrições em árabe falando sobre latitude nos dois lados da relíquia, embora alguns valores tenham sido corrigidos algumas vezes.
Alguns ajustes nos valores e nas marcações de latitudes do norte da África sugerem que o instrumento pode ter sido usado no Marrocos ou no Egito. Já as inscrições finais em hebraico levaram Gigante a concluir que, mais tarde, o astrolábio chegou às mãos da diáspora judaica na Itália.