Uma nova descoberta, feita por pesquisadores da Nova Zelândia, promete desafiar anos de conhecimento geográfico global a respeito dos continentes.
Isso porque um estudo, publicado na revista científica Tectonics, revelou a existência de um oitavo continente, que passou a ser chamado de “Zelândia”.
Embora apenas pequenas partes de sua superfície possam ser vistas, uma vez que 94% de sua massa está localizada abaixo do oceano Pacífico Sul, a descoberta é extremamente importante.
Afinal, a identificação de um novo continente representa não apenas um avanço científico, mas também um marco de grande relevância histórica, pois pode transformar nosso entendimento sobre a evolução do planeta.
Estima-se que a Zelândia tenha surgido há cerca de 85 milhões de anos, separando-se do supercontinente Gondwana, que reunia América do Sul, África, Antártida, Austrália e outras regiões. Contudo, a crosta terrestre do continente acabou afinando por conta do movimento das placas tectônicas, resultando assim no gradual afundamento da terra sob o nível do mar.
Novo continente é objeto de estudo há anos
Apesar de ter sido recém-reconhecido por muitos há pouco tempo, os primeiros estudos sobre a existência da Zelândia tiveram início ainda em 2017. Desde então, diferentes especialistas vem tentando decifrar a estrutura do continente.
E vale destacar que, além da presença de materiais como arenitos, seixos vulcânicos e lavas basálticas que datam de períodos que vão do Cretácio Inferior ao Eoceno, cientistas também descubriram que a região já abrigou vegetação terrestre e mares rasos, o que indica que a Zelândia já esteve sobre a superfície.
No momento, além de buscar compreender quais mecanismos influenciaram as transformações do continente, os pesquisadores também utilizam tecnologias como imagem sísmica de alta resolução e perfuração em águas profundas obter mais pistas sobre a origem e evolução da Zelândia ao longo do tempo.
Com isso, os estudos podem contribuir para elucidar questões relacionadas à deriva continental, à formação de fronteiras tectônicas e à evolução da biodiversidade marinha, bem como ao papel desempenhado pela Zelândia nas alterações climáticas ocorridas ao longo da história geológica do planeta.