O Senado Federal aprovou, na última quarta-feira (21), o projeto de lei que estabelece a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA).
A proposta busca simplificar os procedimentos de licenciamento, com o objetivo de desburocratizar processos e impulsionar projetos considerados prioritários no Brasil. Com 54 votos a favor e 13 contra, o projeto agora segue para a Câmara dos Deputados, onde será novamente discutido.
O principal objetivo da nova lei é uniformizar e simplificar o licenciamento ambiental, um tema que tem sido debatido intensamente no Congresso Nacional. A legislação vigente é considerada obsoleta, com milhares de normativas federais e estaduais que trazem insegurança jurídica.
Os defensores da nova lei destacam que ela poderá fomentar o desenvolvimento ao reduzir a burocracia e simplificar a emissão de licenças para empreendimentos de menor impacto.
Inovações na nova lei
O projeto da LGLA introduz a Licença Ambiental Especial (LAE), um mecanismo que acelera a análise de projetos essenciais definidos como prioritários pelo Poder Executivo. Essa mudança visa principalmente facilitar a exploração de recursos em áreas como a Amazônia.
Adicionalmente, o Licenciamento por Adesão e Compromisso (LAC) permitirá o licenciamento de empreendimentos de pequeno e médio porte apenas com base na autodeclaração do empreendedor. Essa modalidade tem gerado controvérsias, pois elimina a análise técnica prévia dos órgãos ambientais.
A lei também isenta certas atividades agropecuárias do licenciamento ambiental, desde que o imóvel esteja regular no Cadastro Ambiental Rural, ou em regularização. Essa alteração foi bem recebida pelo setor agropecuário, mas criticada por ambientalistas que veem riscos potenciais para o meio ambiente.
Consequências para o meio ambiente
Apesar das intenções de modernizar e desburocratizar o licenciamento, há preocupações sobre as possíveis repercussões ambientais.
Organizações ambientais advertem que a simplificação dos processos pode comprometer a proteção ambiental, especialmente em áreas sensíveis como a Amazônia. A eficácia do monitoramento e fiscalização será essencial para garantir que abusos não ocorram sob o novo regime.
Especialistas ressaltam a importância de uma fiscalização efetiva para prevenir impactos ambientais negativos. Muitas organizações insistem que a nova legislação deve ser aplicada com rigor para evitar danos ao meio ambiente e às comunidades tradicionais que dependem diretamente dos recursos naturais.
Próxima etapa na Câmara
Com a aprovação no Senado, o projeto será revisto pela Câmara dos Deputados, onde pode sofrer alterações adicionais antes de ser encaminhado para sanção presidencial.
As discussões na Câmara estão programadas para acontecer nas próximas semanas, e o andamento delas será essencial para definir os contornos finais desta legislação.
A expectativa é que a votação e as modificações sejam concluídas rapidamente, dada a importância econômica e ambiental do tema.