Cientistas chineses alcançaram um avanço no tratamento do diabetes tipo 2, que pode transformar a forma como essa condição é abordada.
A pesquisa foi realizada no Hospital Shanghai Changzheng, onde um paciente de 59 anos, portador de diabetes tipo 2 há 25 anos, foi submetido a um tratamento inovador. Após o procedimento, ele não necessitou mais de insulina por quase três anos.
Esse feito foi possível graças a uma técnica que utiliza ilhotas pancreáticas para restaurar a produção de insulina no corpo, marcando um potencial ponto de virada no controle do diabetes.
Transformação com células-tronco
A abordagem revolucionária envolve a reprogramação de células mononucleares do sangue periférico do paciente em células-tronco pluripotentes.
Essas células são então usadas para reconstruir o tecido das ilhotas pancreáticas em um ambiente controlado. Isso recupera a função pancreática, eliminando a necessidade de injeções diárias de insulina. Além disso, o progresso visa minimizar complicações comuns do diabetes, como problemas renais e perda de visão.
Procedimento inovador e seus benefícios
Este tratamento se destaca por não exigir imunossupressão, um desafio habitual em transplantes. Eliminando os riscos associados a medicamentos imunossupressores, essa tecnologia pode tornar-se um método viável para diversos tipos de diabetes.
Ao invés de apenas gerenciar a doença, o objetivo é de fato curá-la, redefinindo a forma como vemos o tratamento do diabetes tipo 2.
Perspectivas para a medicina regenerativa
O avanço das ilhotas pancreáticas cultivadas oferece novas possibilidades na medicina regenerativa. Em breve, essa abordagem pode eliminar a necessidade de insulina injetável. Contudo, a terapia ainda está em avaliação para garantir sua segurança e eficácia a longo prazo.
Pesquisadores planejam melhorar a tecnologia, visando dispensar a imunossupressão, o que representa um salto considerável no tratamento não só do diabetes tipo 2, mas também em outras doenças.
Desafios na expansão do tratamento
Embora as perspectivas sejam promissoras, desafios como o aumento na prevalência de diabetes tipo 2 em jovens refletem a urgência por soluções eficazes.
Segundo estudos, a incidência dessa condição entre adolescentes e jovens adultos subiu 56% mundialmente entre 1990 e 2019. No Brasil, mais de 3% dos adolescentes já têm diabetes tipo 2, evidenciando a necessidade de avanços rápidos em tratamentos.
A escassez de doadores de ilhotas pancreáticas continua sendo um obstáculo. No entanto, cientistas estão pesquisando alternativas, como o uso de ilhotas de origem animal ou cultivadas em laboratório. Resultados positivos nesses estudos poderiam revolucionar o panorama atual e preencher a lacuna de doadores.