Apesar dos avanços significativos da Starlink, o serviço da empresa estadunidense SpaceX, do empresário Elon Musk, no território latino-americano, ainda há países resistentes.
E um deles é a Bolívia, que mesmo enfrentando uma das conexões mais lentas do continente, manteve a decisão de não permitir a atuação da empresa de Musk em seu território.
A decisão se deu principalmente por conta da defesa da soberania digital. Além disso, o governo boliviano também demonstrou preocupação com a concentração de tecnologia em mãos de uma empresa estrangeira.
Apesar disso, o país intensificou sua parceria com a China, visando garantir o uso futuro da Space Sail, um sistema de internet via satélite desenvolvido por empresas chinesas que é visto como o principal rival asiático da Starlink, apesar de ainda estar em fase de implementação.
Além da possibilidade de manter os dados em posse de uma alçada aliada ao seu governo, a Bolívia também se mostrou extremamente receptiva à proposta por conta da cooperação estatal e compromissos de transmissão de conhecimento.
Países que negaram o serviço da Starlink
Vale destacar que a Bolívia não está sozinha em sua cruzada contra o serviço de Elon Musk. Afinal, países como a China, Índia e Rússia também negaram o serviço, com este último expressando forte oposição.
A Starlink também enfrentou obstáculos no Caribe, Europa e África do Sul. Já em alguns casos, como no Canadá, o serviço lidou com contratos encerrados, enquanto na Namíbia, a operação foi suspensa pela Autoridade Reguladora de Comunicações.
Além disso, após um impasse entre Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo a rede social X no ano passado, o governo brasileiro também decidiu iniciar tratativas com a SpaceSail, embora a Starlink já tenha superado a marca de 250 mil usuários no país, fornecendo acesso à internet em áreas remotas, onde a instalação de cabos ou fibra óptica é inviável.