O Brasil avança na direção de um sistema próprio de geolocalização por satélite, GPS, uma iniciativa marcada pela publicação da Resolução nº 33 pelo Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro.
Este movimento busca estudar a viabilidade de um sistema nacional, visando reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras, particularmente do GPS dos Estados Unidos. A decisão se alinha a preocupações de segurança nacional e autonomia tecnológica, num cenário global de tensões crescentes.
Avaliação de autonomia e segurança nacional
Um grupo técnico foi formado para conduzir esse estudo, composto por representantes de importantes órgãos, como a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Nos próximos seis meses, a equipe investigará os desafios e potenciais vantagens de desenvolver um sistema nacional de geolocalização.
Setores que podem se beneficiar
A implementação de um sistema nacional de GPS impactaria positivamente diversos setores da economia. Defesa, logística e agricultura são alguns dos campos que veriam melhorias em precisão e segurança.
Além disso, a redução da dependência de sistemas estrangeiros pode oferecer ao país maior segurança econômica e política, protegendo setores críticos de influências externas indesejadas.
Desafios técnicos e financeiros
A construção de uma constelação de satélites próprios exige investimentos altos e domínio tecnológico avançado. Para lançar um sistema minimamente operacional, seria necessário um investimento inicial de aproximadamente US$ 1,2 bilhão.
Regiões que já optaram por sistemas próprios, como a China e a União Europeia, dedicaram décadas e recursos consideráveis para tal realização.
Passos futuros
Com a conclusão dos estudos prevista para janeiro de 2026, espera-se que o relatório final forneça uma análise que guie as futuras decisões políticas e estratégicas do Brasil.
A resolução desse estudo é vista como um ponto de inflexão para o avanço da política espacial brasileira, que pode reposicionar o país tecnologicamente no cenário global.