A França está dando passos significativos para um futuro econômico mais robusto. O primeiro-ministro François Bayrou propôs uma medida: cortar dois feriados nacionais, a Segunda-feira de Páscoa e o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, celebrado em 8 de maio.
A iniciativa, prevista para 2026, visa injetar cerca de 40 bilhões de euros nos cofres públicos, buscando reduzir o déficit orçamentário que assola o governo. Se implementada, a medida trará dias adicionais de trabalho, sem aumentar salários, para todos os trabalhadores do país.
Economia x tradição
Os feriados têm um papel importante na cultura francesa, mas a proposta de Bayrou vai além da economia imediata. Ela busca aumentar a produtividade ao diminuir os “dias parados” de maio, um mês caracterizado por várias pausas.
Em comparação, a Alemanha tem um número similar de feriados, enquanto a Itália possui 12, ilustrando diferentes abordagens dentro da Europa. Entretanto, o debate se intensifica quando se avaliam as motivações econômicas e culturais que permeiam esta discussão.
Repercussão política e luta no Parlamento
A proposta gerou reações intensas no cenário político. Partidos de diversos espectros ideológicos condenaram a medida, interpretando-a como uma ameaça à identidade cultural da França.
Tanto a extrema-direita quanto a esquerda se uniram contra essa proposta, prometendo mobilizações políticas e ameaças de moções de desconfiança contra o governo de Bayrou.
As implicações econômicas da medida
O plano de Bayrou não se limita à alteração dos feriados. O governo planeja cortes no orçamento que, ao todo, somam quase 44 bilhões de euros. A remoção dos feriados, especificamente, pode gerar cerca de 4,2 bilhões de euros em receita adicional.
A dívida pública da França, atualmente em 114% do PIB, é um grande fardo que precisa ser gerido, especialmente com previsões indicando que os pagamentos de juros podem chegar a 100 bilhões de euros até 2029.
Com discussões parlamentares marcadas para setembro, a proposta de mudar o calendário dos feriados continuará sendo um ponto de conflito. A França enfrenta a dualidade de preservar suas tradições culturais enquanto endereça necessidades econômicas críticas.