A idade biológica nem sempre corresponde à verdadeira idade dos órgãos. Pelo menos, é o que diz um estudo conduzido por uma equipe de pesquisadores do Reino Unido, Singapura e Espanha.
A tese revelou que condições como obesidade, diabetes e hipertensão podem comprometer seriamente o funcionamento de órgãos como o coração, fazendo com que ele aparente uma idade maior do que a real.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas compararam os resultados de mais de 500 exames de ressonância magnética cardíaca, nos quais 191 indivíduos eram totalmente saudáveis, enquanto outros 366 apresentavam fatores de risco cardiovascular.
De acordo com os resultados, o átrio esquerdo, que é a câmara que recebe sangue rico em oxigênio dos pulmões, apresentou as alterações mais consistentes em pessoas que apresentavam algum problema crônico, independente de sua idade.
Considerando que estas alterações costumam acontecer naturalmente com o tempo, foi possível concluir que estas condições podem realmente afetar o desempenho do órgão, “acelerando” sua degradação.
Em pessoas obesas, por exemplo, foi observado que o coração pode funcionar como o de alguém com 45 anos a mais do que a sua idade cronológica. Já no caso de hipertensos, o órgão envelheceu prematuramente de forma consistente até por volta dos 70 anos.
Resultados podem ajudar a reduzir os riscos de problemas com o coração
Através de um comunicado, o médico Pankaj Garg, da Escola Médica de Norwich da Universidade de East Anglia, que liderou o estudo, considerou que a descoberta pode ajudar a manter o coração mais saudáveis por mais tempo.
Isso porque, segundo ele, este pode ser o “sinal de alerta que as pessoas precisam para cuidar melhor de si mesmas”, dando uma segunda chance para a saúde vascular, e assim evitando problemas ainda mais graves.
Portanto, embora cuidar do corpo seja importante mesmo para quem já é saudável, pessoas com doenças crônicas podem ser incentivadas a levar a saúde cardiovascular a sério, por meio de medicamentos, dieta e exercícios.