Arqueólogos no Egito revelaram uma descoberta relevante: um busto de mármore branco possivelmente representando Cleópatra VII.
Encontrada em dezembro do ano passado sob a parede do templo Taposiris Magna, próximo a Alexandria, a escultura mostra uma figura feminina com coroa real.
O achado ocorreu durante escavações lideradas pela arqueóloga dominicana Kathleen Martinez, parte de uma expedição conjunta com o Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito.
A relevância da descoberta
A identificação do busto levantou debates entre especialistas, especialmente devido ao estilo romano da escultura, que contraria a cronologia egípcia ptolemaica da governante Cleópatra VII.
Algumas moedas encontradas no local, estampadas com a imagem da rainha, sugerem uma conexão indireta, mas não confirmam sua representação na escultura. O ex-ministro egípcio de Antiguidades, Zahi Hawass, declarou que características romanas predominam, desafiando a identificação inicial de Martinez.
O método de escavação utilizado encontrou o busto em um “depósito de fundação”, uma prática usual egípcia de enterrar objetos antes do início da construção de templos, como uma forma de consagração.
Junto ao busto, foram desenterradas 337 moedas datadas do período ptolemaico, lâmpadas de óleo, um anel de bronze dedicado à deusa Hathor e um amuleto com a inscrição “A justiça de Rá se levantou”.
Debate sobre a identidade
Apesar do entusiasmo da equipe de Martinez, alguns arqueólogos acreditam que o busto poderia pertencer a outra figura histórica da época.
Esses pontos de vista diferentes sobre o estilo da escultura (romano versus egípcio tradicional) ampliam a complexidade do contexto histórico em que o busto foi encontrado. A controvérsia destaca o desafio de diagnóstico preciso, baseando-se em traços estilísticos e históricos.
Além disso, a proximidade das moedas, que claramente retratam Cleópatra, oferece um cenário rico para análise, mas sem fornecer provas definitivas sobre a escultura. Isso mantém a identidade do busto em aberto e inspira discussões aprofundadas na comunidade arqueológica.
A história encoberta de Taposiris Magna
O templo de Taposiris Magna, fundado por volta de 280 a.C., teve papéis religiosos significativos, abrigando templos dedicados a divindades como Osíris e Ísis.
O local funciona como um microcosmo da evolução egípcia durante o governado ptolemaico até a dominação romana, oferecendo uma lente exclusiva através da qual se discute o intercâmbio cultural da era.
Os arqueólogos desenterraram estruturas submersas e túmulos na área, revelando uma ebulição de atividade durante a transição dos períodos e moldando um entendimento mais profundo da importância cultural e histórica do Egito naquela época.
Caminho para descobertas futuras
Se a escultura é ou não uma representação fiel de Cleópatra, o templo Taposiris Magna conserva muitos segredos, prometendo surpresas futuras para os arqueólogos.
Novas escavações são planejadas para o futuro próximo, com esperança de desenterrar mais pistas sobre a enigmática presença de Cleópatra e aprofundar-se nos estilos artísticos mistos do período.
Enquanto isso, a discussão sobre o busto estimula não apenas a investigação acadêmica, mas também o interesse do público pelo passado cultural do Egito. As revelações desse sítio arqueológico são fundamentais para entender as complexidades da era de Cleópatra e a fusão cultural que ocorreu durante a transição para o domínio romano.
