Isaac Newton, célebre físico e matemático, transformou a ciência no século 17 com suas leis do movimento, publicadas em 1687 na obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica.
Contudo, uma nova análise dessas leis revela que podemos ter entendido errado uma parte crítica devido a um erro de tradução, realizado em 1729. Essa descoberta recente lança dúvidas sobre a interpretação que sustentou o ensino da física por mais de três séculos.
Detalhes da descoberta
Um erro de tradução envolveu a palavra “quatenus”, que Newton usou para descrever condições de movimento. Traduzida como “a menos que”, a expressão deu a entender que um corpo permaneceria em repouso ou em movimento retilíneo a menos que uma força externa agisse sobre ele.
No entanto, a tradução correta é “na medida em que”, o que leva a crer que Newton descrevia mudanças causadas especificamente por forças externas, como gravidade e atrito, sempre presentes. Essa revisão semântica muda a forma como entendemos a lei da inércia, realinhando-a com a física observada.
Implicações científicas e acadêmicas
Essa reinterpretação impacta a visão acadêmica convencional, que assumia que um corpo sem forças agiria de maneira idealizada. A noção de corpos livres de forças não condiz com a realidade do nosso universo.
A física moderna não se modifica com essa revisão, mas a perspectiva renovada com que passamos a ver as leis de Newton oferece uma interpretação mais rica e fiel à intenção original do autor.
As implicações não se limitam à teoria. Durante séculos, a ciência baseou parte do entendimento sobre o movimento em conceitos que podem ter se desviado levemente do que Newton realmente quis dizer.
Este recente debate sobre a tradução da Lei da Inércia de Newton destaca o papel importante que uma tradução precisa desempenha na compreensão de conceitos físicos fundamentais.