Em abril de 2024, uma equipe de arqueólogos em Jerusalém, formada por pesquisadores da Autoridade de Antiguidades de Israel, Universidade de Tel Aviv e Instituto Weizmann de Ciências, revelou descobertas que podem transformar conceitos históricos sobre as muralhas de Jerusalém e o período de sua construção.
Utilizando técnicas avançadas de datação por carbono-14, estudos indicaram que partes da muralha, localizadas na Cidade de Davi, foram construídas durante o reinado do rei Uzias.
Este período é anterior ao comumente acreditado domínio de Ezequias, notadamente associado à defesa contra o Império Assírio.
A tecnologia por trás das descobertas
As descobertas resultaram de um meticuloso processo de análise de amostras orgânicas, como sementes de uvas, recolhidas em escavações arqueológicas.
A técnica de datação por carbono-14 permitiu mapear com precisão flutuações atmosféricas antigas usando anéis de crescimento de árvores, uma inovação que possibilitou uma cronologia detalhada dos eventos históricos.
Estudos anteriores sugeriam que Jerusalém tinha sua expansão impulsionada pela chegada de refugiados do Reino de Israel após o exílio assírio. No entanto, as novas descobertas indicam que a urbanização da cidade é mais antiga, datando do século 9 a.C., durante o reinado do rei Joás.
Complexidade do reinado de Uzias
Os achados não apenas desafiam antigas suposições, mas também enfatizam a complexidade e resiliência do período do reinado de Uzias, Que antigamente estava associado a um “buraco negro” na cronologia pela dificuldade em datar artefatos arqueológicos com precisão.
Relatos bíblicos presentes no Segundo Livro de Crônicas e no Livro de Amós, no velho testamento, que descrevem obras de defesa e eventos sísmicos, ganham reforço de credibilidade com estas evidências científicas.
Futuro das pesquisas
A análise dos dados e os métodos inovadores empregados incentivam a continuação das pesquisas em Jerusalém. As colaborações entre as instituições e os desenvolvimentos tecnológicos podem expandir a compreensão sobre a organização social e arquitetônica de Jerusalém durante um período chave para a formação da história israelita.
Expectativas giram em torno de revelações adicionais sobre assentamentos antigos e impactos de eventos naturais nos padrões de vida.
As revelações têm o potencial de corrigir e enriquecer séculos de estudos históricos, oferecendo visões mais detalhadas sobre civilizações da antiguidade.