Comprovando o agravamento na crise dos Correios, a estatal registrou recentemente um prejuízo de cerca de US$ 1,7 bilhão só no primeiro trimestre, sendo este o pior resultado para o período desde 2017.
Vale destacar que, no ano passado, as perdas totalizaram cerca de R$ 801 milhões no mesmo período. Desta forma, o prejuízo deste ano representa praticamente o dobro do valor.
De acordo com o jornal O Globo, a situação já está gerando preocupações em setores do próprio governo, acarretando em movimentações nas lideranças da estatal.
Inclusive, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a nomear Fabiano Silva dos Santos, aliado político e integrante do grupo Prerrogativas, para assumir o comando dos Correios (via revista Oeste).
A crise tem levado a diversas medidas de contenção de gastos, como corte de salários e adiamento de férias, além de mudanças na rotina de trabalho. Contudo, apesar da decisão delicada, a estatal garante que a operação continua.
Correios sofrem com falta de insumos e fechamento de agências
Acumulando reclamações por atrasos, os Correios ainda estão lidando com problemas como a ausência de materiais básicos nas agências, como papelão, fita adesiva e envelopes, conforme constatado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de São Paulo, Elias Divisa.
Já o Sindicato do Rio de Janeiro sinalizou o fechamento de pelo menos 17 agências dos Correios, incluindo até mesmo algumas instaladas em imóveis cedidos por prefeituras, que não exigiam o pagamento de aluguel.
Paralisações de transportadoras terceirizadas e faltas de carteiros também estão entre as questões enfrentadas neste momento de crise da estatal, resultando em entregas fora do prazo e moradores sendo obrigados a buscar as correspondências presencialmente.
A situação atual voltou a levantar a questão da privatização da empresa, com muitas vozes defendendo que esta poderia ser uma solução para a crise. Contudo, a opção não entrou em discussão oficial até o momento.