A reforma de um imóvel alugado pode beneficiar tanto inquilinos que desejam personalizar o espaço e, potencialmente, reduzir o aluguel, quanto o locador, que terá seu imóvel com melhorias, porém sem gastar a mais por isso.
Para tanto, é fundamental para o inquilino entender as legislações pertinentes e negociar corretamente com o proprietário, evitando surpresas no fim do contrato.
A Lei do Inquilinato classifica as benfeitorias em três categorias: necessárias, úteis e voluptuárias. Cada uma dessas possui implicações diferentes em relação a reembolsos e descontos no aluguel, dependendo da autorização e formalização dos acordos com o proprietário.
O que diz a lei sobre reformas e descontos
As benfeitorias necessárias são reparos essenciais, como consertos de vazamentos, e devem ser indenizadas pelo proprietário, independentemente de autorização prévia, cabendo um acordo entre as partes, com o valor gasto podendo ser abatido do aluguel.
As benfeitorias úteis, que melhoram o uso do imóvel, necessitam de autorização do locador e também podem ser indenizáveis se acordado. Por outro lado, benfeitorias voluptuárias, que são alterações estéticas, não recebem indenização, e o inquilino pode ter que reverter as modificações se não houver acordo.
Formalização de acordos e direito à reforma
A negociação de desconto no aluguel deve ser clara e expressamente documentada no contrato de locação ou em um aditivo, para salvaguardar os interesses de ambas as partes e evitar conflitos futuros.
A inspeção do imóvel deve ocorrer antes de qualquer modificação, com registro fotográfico do estado inicial. As condições do desconto ou reembolso devem ser documentadas no contrato.
Aluguel direto com o locador
Para além das reformas, o aluguel direto com o proprietário pode parecer uma excelente forma de economizar e obter um imóvel rapidamente.
Sem a necessidade de intermediários, a burocracia é reduzida e, frequentemente, não se exige fiadores ou outras garantias. Contudo, sem a segurança de uma imobiliária, surgem riscos legais e a ausência de protocolos comuns, implicando em aumento da insegurança jurídica para ambos os lados.
Desafios legais e reajustes
Uma das dificuldades ao alugar diretamente é o desconhecimento das leis de locação. Isso pode levar a conflitos desnecessários e a situações de inadimplência difíceis de resolver sem orientação especializada. Além disso, a oferta de imóveis disponíveis, sem o intermédio de uma imobiliária, tende a ser limitada.
Outro ponto crítico é o reajuste do aluguel. Alterações inesperadas podem levar a desentendimentos futuros. A proximidade na relação com o proprietário pode se transformar em um campo de tensão, especialmente quando surgem questões financeiras.
Para aumentar a segurança, uma solução é optar por um modelo híbrido: usar uma imobiliária para elaborar o contrato inicial e depois administrar o contrato diretamente. Esse modelo permite unir a segurança jurídica da imobiliária com a flexibilidade desejada.
Em suma, seja para uma reforma ou para o fechamento do contrato direto com o locador, uma comunicação clara é essencial. Registre todas as interações, utilize e-mails ou mensagens de aplicativo, e quando houver reformas, guarde comprovantes de despesas para garantir o cumprimento do combinado.