Airão Velho, uma cidade estabelecida em 1694 às margens do Rio Negro, no Amazonas, destaca-se no cenário histórico urbano como um exemplo de uma cidade que sofreu ascensão e declínio.
Foi fundada por missionários portugueses e emergiu como um estratégico centro produtor de borracha durante o Ciclo da Borracha no Brasil, especialmente na Segunda Guerra Mundial. Contudo, as oscilações econômicas severas levaram ao seu abandono.
Localizada a 250 quilômetros de Manaus, Airão Velho hoje representa um capítulo intrigante da história amazônica, onde economia, história e folclore se entrelaçam em ruínas e lendas.
O papel de Airão no ciclo da borracha
Durante a Segunda Guerra Mundial, Airão Velho desempenhou papel essencial na coleta e distribuição de látex na região do Médio Rio Negro.
O látex da cidade sustentava os esforços de guerra dos Aliados. Contudo, com a conclusão do conflito e mudanças no mercado global, especialmente o aumento da produção na Malásia, a importância econômica da cidade evaporou, que sem expectativa de crescimento, foi sendo gradualmente abandonada.
Ruínas e preservação
Após anos de abandono, as ruínas de Airão Velho, compostas por casas, igrejas e prédios, foram oficialmente tombadas em 2005 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Hoje, coberta pela vegetação da Amazônia, a cidade atrai turistas curiosos pela sua história e beleza. O local, apesar de seu uso pela Marinha para treinamentos até 2005, permanece como um museu ao ar livre, possibilitando um mergulho no passado amazônico.