Quando se pensa em uma cidade onde ouro pode ser encontrado com facilidade, é comum associá-la a um ambiente marcado por riqueza e prosperidade.
Mas esta está longe de ser a realidade de La Rinconada, localizada no alto dos Andes Peruanos, a mais de 5 mil metros acima do nível do mar.
Apesar de contar com uma população que pode chegar a 50 mil pessoas atualmente, que residem no local justamente por conta das valiosas minas de ouro, a cidade é conhecida como “inferno na Terra” ou “paraíso do diabo”, e tem uma expectativa de vida de apenas 35 anos.
E vale destacar que existem diversos fatores que contribuem para tornar o cotidiano em La Rinconada extremamente desafiador, entre eles:
Contaminação
As constantes atividades de mineração de ouro levam a problemas de contaminação por mercúrio nos moradores da cidade, que acabam sofrendo com danos ao sistema nervoso, problemas reprodutivos, alterações cognitivas e outros problemas de saúde.
Além disso, o mercúrio também afeta a qualidade da água, do solo e dos alimentos, gerando terríveis consequências para a vida selvagem e a agricultura local.
Falta de oxigênio
Por conta da altitude, os moradores de La Rinconada vivem com cerca de 50% menos oxigênio do que em condições normais. Com isso, muitos desenvolvem problemas como o “mal de montanha crônico”, que apresenta sintomas como fadiga e dor de cabeça.
Infraestrutura
Vista de longe, a cidade é apenas um aglomerado de construções metálicas em meio ao gelo que não tem acesso a água encanada e nem mesmo eletricidade.
Além disso, também não há saneamento básico e nem coleta pública de lixo, o que acaba transformando La Rinconadas em um verdadeiro lixão a céu aberto.
Criminalidade
Não há presença policial na cidade, o que torna La Rinconada uma terra sem lei. Por conta disso, assassinatos e desaparecimentos são relativamente comuns no local.