Graças aos avanços tecnológicos e a medidas regulatórias eficazes, as chuvas ácidas tornaram-se eventos raros em muitas regiões do mundo. No entanto, cientistas identificaram recentemente uma nova ameaça ambiental que parece ser ainda mais difícil de conter.
Criado como uma alternativa para substâncias nocivas como os CFCs, o ácido trifluoroacético (TFA) possui diversas utilidades, mas sua presença está se tornando um grande problema.
Isso ocorre porque o ácido faz parte dos PFAS, que substâncias extremamente resistentes à decomposição. Somando isso à sua solubilidade em água e transporte fácil pelo ar, o TFA já está sendo encontrado em chuvas em países da Europa e da Ásia.
Como ainda não existem evidências conclusivas sobre os efeitos diretos do TFA no organismo nas concentrações atualmente encontradas, o que mais preocupa os cientistas é o acúmulo silencioso dessa substância com o passar do tempo.
Afinal, o ácido já está se acumulando em ambientes aquáticos, e ainda não há métodos de tratamento de água eficientes o suficiente para removê-lo com eficácia.
Ausência de normas afeta combate ao ácido tóxico
Além da complexa composição da substância, a falta de normas claras para compostos como o TFA também tem se tornado um grande obstáculo para especialistas.
Vale destacar que, por serem considerados mais seguros do que os gases utilizados anteriormente, esses ácidos ainda não são contemplados por uma legislação específica, o que dificulta seu monitoramento de forma consistente.
Por conta disso, cientistas tem exigido urgência não só no monitoramento, mas também na regulação do TFA, visando antecipar as consequências para encontrar soluções em tempo hábil.
Riscos de ácido tóxico dividem a comunidade científica
Em 2022, pesquisadores da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos relataram através de um estudo que os riscos do ácido trifluoroacético são inexpressivos para a saúde pública e o meio ambiente.
Publicado no Atmospheric Chemistry and Physics, o artigo foi revisado por pares, e afirmou que as emissões projetadas até 2040 não seriam prejudiciais às pessoas e ao planeta.
Entretanto, a constatação não diminuiu a preocupação de ativistas e outros estudiosos, que seguem defendendo a necessidade de analisar os efeitos do TFA.