Na última sexta-feira (28/8), o governo federal anunciou, em Brasília, a proposta de orçamento para o Bolsa Família em 2026, totalizando R$ 158,6 bilhões.
Surpreendentemente, a proposta não inclui reajustes nos valores dos benefícios, mesmo em um ano eleitoral. Desde o relançamento do programa em março de 2023 sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, os valores permanecem inalterados.
A decisão de manter os valores em 2026 levanta questões sobre as motivações e implicações sociais dessa política.
Impacto da redução no orçamento
O orçamento proposto para 2026 representa uma redução de R$ 8,6 bilhões em relação aos R$ 167,2 bilhões destinados para 2024. Essa diminuição financeira exige que o governo administre eficientemente os recursos.
O benefício padrão continua sendo R$ 600 por família, com adicionais de R$ 150 para crianças de até 6 anos, e R$ 50 para gestantes, jovens entre 7 e 18 anos, e bebês de até 6 meses.
A política de não reajuste afeta o poder de compra das famílias beneficiárias, especialmente diante de pressões inflacionárias. A redução no número de beneficiários de 20,9 milhões para 19,2 milhões ressalta o impacto das regras de elegibilidade mais rigorosas.
Novas regras de elegibilidade
As diretrizes exigem que a renda per capita das famílias seja de até R$ 218, com o Cadastro Único atualizado. Essas regras visam minimizar fraudes, garantindo que o auxílio beneficie efetivamente as famílias que necessitam. O governo defende que essas medidas reforçam a eficiência do programa.
As regras de transição foram ajustadas para permitir que famílias que ultrapassem o limite de renda continuem no programa por um ano, recebendo 50% do benefício. Essa mudança oferece um tempo de adaptação às novas condições financeiras, evitando uma interrupção abrupta do auxílio.
Perspectivas políticas para 2026
Com as eleições se aproximando, a continuidade do Bolsa Família sem reajustes é central nas discussões políticas. O programa social retorna ao foco em 2026. Os debates eleitorais serão influenciados pelos efeitos dos cortes e pela ausência de reajustes.
Enquanto novas regras visam melhor controle, a redução de recursos e o contexto eleitoral promovem discussões sobre o futuro do programa. O Congresso Nacional determinará, nos próximos meses, quaisquer revisões no orçamento.