Uma pesquisa conduzida pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) entre 2009 e 2011 revelou detalhes sobre o consumo de escorpiões por galinhas-d’angola. O estudo destacou essas aves como predadoras naturais potencialmente eficazes contra escorpiões, principalmente em ambientes não urbanos.
A interação entre os hábitos diurnos das galinhas e os noturnos dos escorpiões cria oportunidades para as aves localizarem e consumirem os aracnídeos, oferecendo uma alternativa natural na gestão de pragas.

Detalhes da investigação
Os pesquisadores realizaram a investigação em regiões periféricas e rurais, onde as galinhas-d’angola caçam escorpiões escondidos em vegetações densas. A presença desses aracnídeos na dieta natural das aves sugere que elas podem desempenhar um papel significativo no controle biológico em determinadas áreas.
Essa descoberta é especialmente relevante para agricultores que buscam reduzir a dependência de pesticidas químicos em favor de abordagens mais sustentáveis.
Ação natural das galinhas-d’angola
As galinhas-d’angola, através de seu comportamento forrageador e visão aguçada, são capazes de identificar e capturar escorpiões com eficiência. Estudos destacam essa interação predatória como uma forma de controle de pragas em ambientes rurais, onde regulamentações permitem e facilitam a criação das aves.
Em contrapartida, seu uso em áreas urbanas enfrenta obstáculos legais significativos. Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a proibição de criação dessas aves em áreas urbanas de Presidente Prudente (SP) por razões sanitárias.
As preocupações incluem a possibilidade de proliferação de vetores de doenças associadas à sujeira das fezes das aves, além de incômodos relatados por moradores vizinhos. Embora as galinhas-d’angola ofereçam uma solução de controle biológico eficaz, o seu uso em ambientes urbanos pode resultar em problemas de saúde pública.
Comparação de métodos de controle
O uso de galinhas-d’angola no controle de pragas oferece vantagens claras sobre os pesticidas tradicionais, que muitas vezes têm impactos ambientais adversos.
Enquanto pesticidas podem contaminar o solo e afetar espécies não-alvo, as aves apresentam uma abordagem mais ecológica. Entretanto, a baixa interação entre galinhas e escorpiões devido a seus diferentes hábitos diurnos e noturnos limita a eficácia total das aves.