No mês passado, a emissora estatal chinesa CCTV divulgou em sua programação uma animação demonstrando os efeitos de uma nova bomba desenvolvida pelo país, capaz de impactar o funcionamento de usinas elétricas.
As imagens mostram a arma sendo disparada a partir de um veículo terrestre, liberando várias submunições ao longo de seu trajeto. Por sua vez, estas submunições explodem no ar e liberam fios de carbono especialmente tratados, capazes de causar curtos-circuitos em sistemas elétricos de alta tensão. Confira:
Ainda de acordo com a CCTV, a bomba tem um alcance de 290 quilômetros e pode de provocar blecautes generalizados em uma área de pelo menos 10 mil m².
Mas apesar do potencial de uso em ataques contra subestações militares e outras infraestruturas elétricas, a emissora não revelou quais serão os próximos passos relacionados à arma, o que alimentou especulações na mídia asiática.
Inclusive, portais como o Asia Times destacam que a nova bomba pode representar uma ferramenta estratégica em um “cerco silencioso” a Taiwan, intensificando as tensões sobre um território que a China insiste em reintegrar.
Bomba de grafite: arma chinesa já foi utilizada por outros países
Embora a nova arma divulgada pela CCTV seja novidade no arsenal da China, vale lembrar que bombas semelhantes são utilizadas há décadas por outros países.
Conhecidas como “bombas de grafite”, estas armas não são letais e não causam grandes danos estruturais, servindo apenas como um recurso estratégico de ataques coordenados.
Estes dispositivos já foram utilizados pelos Estados Unidos em diversas ocasiões, como na Guerra do Golfo, quando conseguiram desativar cerca de 85% do fornecimento de energia elétrica do Iraque, comprometendo seriamente a infraestrutura do país.
Outro uso conhecido das bombas de grafite ocorreu durante o conflito em Kosovo, no final da década de 1990, quando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) empregou esse tipo de armamento para desativar cerca de 70% da energia elétrica da Sérvia.