A Ilha da Queimada Grande, localizada a cerca de 35 km do litoral sul de São Paulo, é um ponto de grande interesse científico.
Conhecida como a “Ilha das Cobras”, abriga aproximadamente 15 mil serpentes, incluindo a jararaca-ilhoa. Esta espécie endêmica não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo e destaca-se por seu veneno altamente potente.
O isolamento geográfico da ilha e a ausência de predadores naturais contribuíram para o desenvolvimento de um ecossistema singular.
Como surgiu a Ilha da Queimada Grande?
A história da Queimada Grande remonta a 1532, durante a expedição do português Martim Afonso de Souza.
A ilha permaneceu inabitada até o final do século 19, quando a Marinha do Brasil instalou um farol. No entanto, a presença de serpentes representava um risco constante para os faroleiros.
Para controlar a população de cobras, a Marinha frequentemente queimava a vegetação, o que deu origem ao nome “Queimada Grande”.
O ecossistema da ilha e a jararaca-ilhoa
A jararaca-ilhoa evoluiu de forma única na Ilha da Queimada Grande, desenvolvendo um veneno poderoso para caçar aves migratórias, suas principais presas.
Este isolamento forçado levou a adaptações, resultando em um aumento significativo da população da serpente. O veneno letal e a habilidade de subir em árvores são traços notáveis desta espécie.
Conservação e restrições de acesso
Desde 1985, a ilha é uma Unidade de Conservação Federal, sob a gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A proteção rigorosa assegura a preservação deste ecossistema exclusivo e de sua biodiversidade. O acesso é restrito a cientistas autorizados, garantindo a integridade do habitat e a continuidade dos estudos ecológicos.
A Ilha da Queimada Grande permanece isolada, protegida e crucial para a pesquisa científica, abrigando uma das maiores densidades de cobras do mundo.
Estudos contínuos buscam aprofundar a compreensão da evolução e comportamento das serpentes ali presentes. A proteção contínua da ilha é central para a manutenção destes preciosos ecossistemas brasileiros.