Mesmo após o reajuste de 7,5% em relação ao valor vigente em 2024, o salário mínimo nacional passará por mais um aumento significativo no próximo ano.
Durante audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apresentou uma previsão confirmando que o montante pode subir para R$ 1.630 a partir de 2026.
Desta forma, o novo valor, previsto no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), corresponderá a um acréscimo de R$ 112 sobre o salário atualmente em vigor.
Na ocasião, Tebet ainda destacou que o aumento representa o maior poder de compra do salário mínimo dos últimos 50 anos. A proposta foi calculada a partir da fórmula oficial, que leva em consideração os seguintes fatores (via Diário do Comércio):
- Inflação medida pelo INPC (estimada em 4,76% até novembro de 2025);
- Crescimento real do PIB, com teto de 2,5%.
O projeto ainda será discutido e votado pelo Congresso Nacional, e portanto, deve mobilizar parlamentares, centrais sindicais e economistas ao longo dos próximos meses. Caso seja aprovado nas duas casas, ele enfim seguirá para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Novo salário mínimo representa grande desafio fiscal
Apesar de estar sendo visto com bons olhos, por representar um reajuste que pode impactar positivamente o poder de compra dos brasileiros diante da inflação, o novo valor do salário mínimo também levanta preocupações quanto aos seus efeitos nas contas públicas.
Afinal, como lembrou Simone Tebet, todo reajuste no salário mínimo impacta diretamente o orçamento, uma vez que diversos benefícios, como aposentadorias e auxílios, são calculados com base no valor do piso nacional.
Contudo, mesmo diante dos desafios fiscais, a ministra destacou o compromisso do governo em respeitar o novo arcabouço, visando um superávit primário de 0,25% do PIB em 2026, correspondente a aproximadamente R$ 34 bilhões.