Um marco na pesquisa genética foi alcançado recentemente pelos cientistas das universidades de Mie e Fujita, no Japão.
Utilizando a técnica CRISPR-Cas9, eles conseguiram remover o cromossomo extra associado à síndrome de Down em células cultivadas em laboratório. Este avanço, embora ainda inicial, oferece uma nova visão sobre o tratamento genético da síndrome.
A síndrome de Down é causada pela presença de uma cópia extra do cromossomo 21, afetando cerca de 300 mil pessoas no Brasil, segundo o IBGE. A eliminação desse cromossomo em laboratório abre caminho para reduzir os efeitos da trissomia 21, que impacta negativamente várias funções físicas e cognitivas.
Técnica de edição genética avançada
A abordagem utilizada, CRISPR-Cas9, age como uma “tesoura molecular”, editando com precisão o material genético.
Neste estudo, a técnica conseguiu remover seletivamente o cromossomo 21 extra em fibroblastos, células derivadas da pele de pacientes. Importante destacar que esta remoção não afetou a integridade do DNA restante.
Os resultados iniciais são promissores, indicando uma potencial redução em processos degenerativos. Observou-se melhorias na saúde celular, mas o foco principal foi exclusivamente na correção genética em ambiente controlado, sem referências expressas sobre envelhecimento biológico.
Desafios para aplicação clínica
Embora o estudo represente um avanço, ele ainda está restrito ao âmbito laboratorial. A transição para testes em humanos exige superar obstáculos técnicos significativos.
Um dos desafios é aplicar a técnica em células que não se dividem, como neurônios, limitando o potencial terapêutico direto. Além disso, existem implicações éticas cruciais.
A edição genética em humanos levanta discussões sobre segurança e as consequências a longo prazo dessas intervenções. O consenso na comunidade científica é de que são necessários mais estudos antes de qualquer aplicação clínica, garantindo que a técnica seja segura e eficaz.