Pesquisadores do Centro de Fronteira Cósmica da Universidade do Texas, em Austin, descobriram um buraco negro cuja idade estimada de mais de 13 bilhões de anos está surpreendendo a comunidade científica.
Este buraco negro está situado no centro da galáxia CAPERS-LRD-z9, formada aproximadamente 500 milhões de anos após o Big Bang. A investigação foi publicada no Astrophysical Journal Letters.
O achado é significativo porque, segundo modelos cosmológicos, o universo primitivo não deveria abrigar estruturas tão maciças e luminosas. A galáxia CAPERS-LRD-z9 faz parte de um grupo raro conhecido como “Pequenos Pontos Vermelhos”, que emite luz intensa em comprimentos de onda infravermelhos.


A detecção do buraco negro
A detecção deste buraco negro antigo foi possível graças à técnica de espectroscopia, empregada com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb (JWST).

A técnica permitiu que os pesquisadores identificassem assinaturas de gases acelerados e aquecidos à medida que caem no buraco negro, produzindo padrões de luz avermelhada e azulada.
Com uma massa estimada em cerca de 300 milhões de vezes a massa do Sol, este buraco negro não apenas desafia os modelos de crescimento de buracos negros, mas sugere que essas estruturas podem se formar e expandir mais rapidamente do que se imaginava.
Impactos na cosmologia
A presença deste buraco negro maciço coloca em xeque o entendimento sobre as primeiras galáxias. A existência da CAPERS-LRD-z9, abrigando um buraco negro tão grande, contradiz a ideia de que não havia massa estelar suficiente naquela época para formar um buraco negro desse porte.
Esta descoberta sugere que os buracos negros podem ter se originado sob condições extremas, além de levantar questões sobre caminhos de evolução galáctica até então desconhecidos. Isso desafia os cientistas a repensarem os modelos de formação galáctica e a evolução do universo primordial.
O futuro da pesquisa astronômica
A revelação deste buraco negro, aliada às suas implicações, pode conduzir a uma revisão significativa dos modelos cosmológicos.
O uso contínuo do James Webb deverá aprofundar a investigação sobre CAPERS-LRD-z9, visando obter um entendimento mais claro sobre a organização estrutural dos primeiros tempos do universo.
À medida que novos dados são analisados pela comunidade científica, são grandes as expectativas de que pesquisas futuras elucidem o ritmo de crescimento desses antigos buracos negros, desafiando paradigmas atuais sobre a evolução cósmica.