Especialistas da Universidade de Oslo, Universidade de Bournemouth, Museu Universitário de Bergen, Universidade Norueguesa de Ciências da Vida e diversas outras instituições se uniram recentemente para conduzir uma incrível pesquisa.
De acordo com os resultados, que foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), eles encontraram os registros mais antigos de uma comunidade animal, que datam de 75 mil anos.
Os restos mortais foram encontrados em uma caverna localizada na costa norte da Noruega, e a diversidade de espécies encontradas pode ajudar a preencher lacunas importantes sobre a fauna do Ártico.
Isso porque, entre os fósseis encontrados, estão restos de urso-polar, morsa, baleia-da-Groenlândia, fradinho, êider-edredão, lagópode-branco, bacalhau-do-Atlântico, botos e até mesmo ossos de lêmures-de-colar, uma espécie cuja presença nunca havia sido registrada na Escandinávia até o momento.
Com esses dados, os cientistas acreditam ser possível compreender melhor a resiliência desses animais e os riscos de extinção que enfrentam atualmente com o rápido aquecimento do planeta, considerando que os fósseis remontam a um dos períodos mais quentes da Era Glacial.
Por que a descoberta das espécies no Ártico foi considerada rara?
A caverna, chamada Arne Qvamgrotta revelou um raro retrato de um ecossistema, considerando que, segundo a coautora do estudo, Sanne Boessenkool, existem pouquíssimas evidências com mais de 10 mil anos sobre a vida no Ártico.
Além disso, a diversidade das espécies encontradas ainda revelou a existência de uma interação entre ambientes marinhos e terrestres, que se deu principalmente por conta do derretimento do gelo.
A pesquisa revelou ainda que muitas destas espécies acabaram extintas por conta da falta de capacidade de migrar para novos habitats quando o gelo retornou, tecendo um paralelo com a dificuldade de animais adaptados ao frio para lidar com grandes variações climáticas.
Enquanto no passado, as mudanças tenham tornado o clima mais frio, no momento, o planeta enfrenta um processo de aquecimento, que pode ser ameaçador para espécies adaptadas ao clima do Ártico.