"Duplo assalto de islamismo e extrema-esquerda" na França
Presidente do partido Les Républicains na região Auvergne-Rhône-Alpes pediu ao ministro da Educação Superior uma investigação sobre as "derivas preocupantes" em Lyon 2

Em 1º de abril, um grupo encapuzado de estudantes autodenominados "militantes antiracistas" interrompeu a aula do professor Balanche, especialista em temas do Oriente Médio, acusando-o publicamente de ser "racista" e "sionista".
Após ser atacado verbalmente pelos militantes, o professor decidiu encerrar sua apresentação e deixou o auditório.
Esse episódio gerou ampla condenação na sociedade, com o Ministério da Educação qualificando a situação como "absolutamente inaceitável".
Em resposta ao ocorrido, a universidade ofereceu proteção ao professor Balanche e notificou as autoridades competentes, resultando na abertura de um inquérito para investigar a obstrução do exercício docente.
Duas semanas após o incidente, em uma entrevista ao jornal local Tribune de Lyon, Isabelle von Bueltzingsloewen, presidente da universidade, reiterou sua desaprovação frente aos atos dos militantes, classificando-os como "intoleráveis" e denunciando a "linha vermelha" que foi cruzada.
Contudo, ela também criticou o que considerou um "embalamento midiático desproporcional" acerca do caso e apontou comentários considerados ofensivos feitos por Balanche sobre o que ele denomina "islamo-gauchismo" (islamo-esquerdismo) presente na universidade.
Ameaça a pessoa encarregada de uma missão de serviço público
A promotoria de Lyon confirmou a abertura de uma investigação sobre as ameaças recebidas pela presidente da instituição, no contexto do intenso debate público, decorrente das declarações da dirigente sobre o professor Fabrice Balanche.
As investigações foram iniciadas sob as acusações de "ameaça de morte a pessoa encarregada de uma missão de serviço público e assédio online", e estão sendo conduzidas pela Divisão de Criminalidade Territorial (DCT).
Não é aceitável que a universidade se acovarde
Desde a publicação dessa entrevista, as opiniões sobre a postura da presidente se polarizaram ainda mais.
O presidente do partido Les Républicains na região Auvergne-Rhône-Alpes, Fabrice Pannekoucke, se uniu com seu antecessor, Laurent Wauquiez, para pedir ao ministro da Educação Superior que conduza uma investigação sobre as "derivas preocupantes" observadas na Lyon 2.
Eles enfatizaram que não é aceitável que a universidade se acovarde diante daqueles que atacam os valores republicanos, referindo-se ao que chamaram de um "duplo assalto do islamismo e da extrema-esquerda".
Em contrapartida, a associação France Universités, que representa dirigentes de instituições educacionais, expressou apoio à presidente von Bueltzingsloewen.
A entidade declarou que ela é vítima de uma polêmica considerada "inaceitável e estéril", alimentada por fantasmas relacionados ao islamo-gauchismo e ao wokismo nas universidades.
Sem mencionar nomes específicos dos acusadores e condenando os distúrbios causados pelos ativistas, a associação afirmou em comunicado seu repúdio à ideia de que as universidades sejam caricaturizadas ou manipuladas para fins políticos.
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