O preferido dos conservadores para suceder Francisco
Africano, intelectual respeitado e defensor da tradição católica, cardeal Sarah é citado entre os principais nomes para o próximo conclave

Entre os nomes mais mencionados nas conversas sobre a sucessão de Francisco, um se destaca pela coerência doutrinária, formação intelectual sólida e experiência pastoral em contextos adversos: Robert Sarah (foto).
Cardeal desde 2010, o africano é admirado por diferentes setores do catolicismo — especialmente por bispos, sacerdotes e fiéis que enxergam na fidelidade à tradição um caminho para responder aos desafios contemporâneos da fé.
Sarah representa mais do que um posicionamento teológico. Sua trajetória, marcada por superações pessoais, defesa da liberdade religiosa e compromisso com a liturgia, o coloca entre os nomes considerados com seriedade por quem acompanha os bastidores do Vaticano.
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África
Em um momento em que se discute o perfil do sucessor de Francisco, sua figura desperta atenção por unir origem africana, sólida formação acadêmica e liderança espiritual enraizada na doutrina.
Nascido em 15 de junho de 1945, em Ourouss, na então Guiné Francesa, Sarah cresceu em uma família da etnia Conagui que havia se convertido do animismo ao catolicismo.
Ingressou no seminário menor de Bingerville, na Costa do Marfim, em 1957. Após a independência da Guiné, foi obrigado a retornar ao país, enfrentando hostilidade do regime local à presença da Igreja. Concluiu seus estudos no Senegal, e foi ordenado sacerdote em 1969.
Estudos
Prosseguiu os estudos em Roma e Jerusalém, onde obteve licenciaturas em Teologia e em Escrituras Sagradas. De volta à Guiné, atuou como reitor de seminário e pároco em regiões afastadas. Em 1979, com apenas 34 anos, foi nomeado arcebispo de Conacri. Tornou-se o bispo mais jovem do mundo, ganhando notoriedade também pela defesa da fé em um ambiente de perseguição política.
Sarah passou a atuar na Cúria Romana em 2001. Anos depois, assumiu a presidência do Pontifício Conselho Cor Unum, responsável pela ação caritativa da Igreja.
Em 2014, foi escolhido para liderar a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, onde defendeu a liturgia tradicional e a celebração voltada para o altar, práticas que reforçam, segundo ele, o sentido de reverência e sacralidade.
Deus ou Nada
Autor de livros como Deus ou Nada e A Força do Silêncio, o cardeal reflete sobre os desafios espirituais do mundo moderno.
Denuncia o que vê como relativismo moral, secularismo e abandono das raízes da fé cristã. Em suas obras, valoriza o silêncio, a oração e a centralidade da Eucaristia como fundamentos da vida cristã autêntica.
Mesmo afastado de cargos executivos no Vaticano desde 2021, Sarah mantém voz ativa no debate teológico e segue influente entre cardeais e fiéis que esperam um pontificado mais centrado na tradição.
Sua postura discreta, combinada à clareza doutrinária e à experiência pastoral em ambientes hostis à Igreja, o mantém entre os nomes mais respeitados no colégio cardinalício.
Para muitos dentro e fora da Cúria, Sarah é visto como alguém que não rejeita o diálogo com o mundo contemporâneo, mas que o faz a partir de uma identidade católica firme. Muitos acreditam que é exatamente o que a igreja precisa neste momento.
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