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    Edição Semana 372

    O descontrole das massas

    Documentários ou séries documentários sobre shows que deram errado já quase se tornaram um subgênero do cinema

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    Josias Teófilo
    4 minutos de leitura 20.06.2025 03:30 comentários 0
    Foto: Reprodução/ Gimme Shelter
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    Já é quase um subgênero do cinema documentários ou séries documentários sobre shows que deram errado. E eu andei vendo todos que pude deste subgênero.

    O primeiro, cronologicamente, é Gimme Shelter (foto), dirigido pelos Irmãos Maysles e Charlotte Swerin. O filme de 1970 trata da turnê dos Rolling Stones em 1969, que culminou no show em Altamont, na Califórnia. O show, idealizado para ser o “Woodstock do Oeste” foi um verdadeiro desastre, terminou em confusão e uma pessoa morta. 

    O mais intrigante é que o filme foi encomendado pelos Rollings Stones aos maiores documentaristas do seu tempo, que eram os Irmãos Maysles, evidentemente pensando que a turnê seria um sucesso, e, mesmo com o evidente fracasso, deixaram o filme vir a público. 

    Outro, mais recente, é Woodstock 99, sobre o festival Woodstock de 1999, que tentou reviver o espírito do evento original de 1969, mas ficou marcado pela violência, depredação e até morte de espectadores.

    Notável é observar o espírito da época: a agressividade das bandas, inclusive Limp Bizkit, que terminou por colaborar com a agressividade da platéia, e as mulheres que faziam topless e eram apalpadas — o que resultou em vários casos registrados de abuso sexual no festival.

    O evento terminou com um cenário de guerra, com incêndios e depredações. 

    Algo semelhante aconteceu no Festival Astroword em 2021, organizado por Travis Scott. O festival, na cidade de Houston, no Texas, terminou em tragédia quando o público, de cerca de 50 mil pessoas, começou a se comprimir no palco. As pessoas passaram a ser sufocadas e depois pisoteadas. O show continuou por quase uma hora após os primeiros colapsos. Dez pessoas morreram, inclusive um menino de nove anos. Outras tantas ficaram feridas e/ou traumatizadas.

    Eu consigo entender como esses eventos deram errado (como controlar tanta gente, muitas bêbadas e sob efeito de drogas?), o que não consigo é entender como outros semelhantes deram certo.

    Também não consigo entender como pessoas pagam para ver shows desse tipo. O que leva um indivíduo a pagar centenas ou milhares de reais para ir a um evento que mal consegue ver o artista no palco, tem que usar banheiro químico, é exposto a som amplificado alto (e as vezes até playback), tem difícil acesso a água e outros bens de consumo, e ainda pode ser exposto a uma confusão generalizada?

    Isso tudo faz parte de um comportamento mimético que começa nas redes sociais, e volta para as redes sociais: não duvido que muitos estão ali apenas para postar stores do Instagram (mesmo que precários, imagens do telão dos shows).

    Elias Canetti diz no clássico livro Massa e Poder que “não há nada que o homem tema mais do que o contato com o desconhecido”. É por isso que os indivíduos se fecham em casas com cadeados, portões, muros. Porém, na massa o temor é invertido, segundo ele. É um sentimento de libertação do temor do desconhecido.

    Só que, com esse sentimento, vem também a possibilidade fazer aquilo que não se faria sozinho: tocar fogo num palco, destruir. No caso do Brasil, o temor do desconhecido é maior por causa da criminalidade. Talvez seja por isso que o brasileiro tem uma tendência tão grande a eventos de massa: não só shows, mas também manifestações políticas, e, principalmente, o Carnaval. Busca-se o sentimento de liberação do temor do desconhecido. 

    Josias Teófilo é escritor, jornalista e cineasta

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