Lula vai mesmo lamber as botas de Putin
O ditador russo usará a presença de Lula em plena guerra para dizer que seus crimes não o isolaram do resto do mundo

O Ministério das Relações Exteriores confirmou na terça, 22 que o presidente Lula viajará em maio para a Rússia, para participar do 80º aniversário do Dia da Vitória, que marca a derrota das tropas nazistas de Adolf Hitler, em 1945.
Será a primeira vez que um presidente brasileiro visita outro país no meio de uma guerra.
Quando Jair Bolsonaro passou por Moscou, em 2022, a invasão russa do leste da Ucrânia ainda não tinha começado.
A mensagem de Putin
O encontro entre o russo e o brasileiro ainda acontecerá em um momento delicado, uma vez que a Rússia não cessou os ataques com mísseis e drones à Ucrânia e as tentativas de negociação feitas pelos Estados Unidos para terminar com o conflito fracassaram.
Nesta quarta, 23, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, deu um ultimato a Ucrânia e Rússia sobre a proposta de paz apresentada pelo governo de Donald Trump.
"É hora de eles dizerem sim ou de os Estados Unidos abandonarem esse processo", disse o vice de Trump em uma visita à Índia.
Putin, então, usará a presença de Lula para dizer que a guerra em andamento não o isolou do resto do mundo e que ainda tem aliados, até mesmo no Ocidente democrático.
Em seguida, o petista irá para a China, para encontrar-se com outro ditador, Xi Jinping.
Guerra em andamento
Desde o início da invasão russa na Ucrânia, o brasileiro tem dado seguidas declarações favoráveis a Putin e criticando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Quando ainda era candidato, Lula disse em entrevista para a revista Time que Zelensky "quis a guerra".
"Eu não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele [Zelensky] é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação", disse Lula.
"Ele quis a guerra. Se ele [não] quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais. É assim", afirmou Lula.
Um milhão de mortos
O conflito já deixou um milhão de mortos ou feridos, segundo uma reportagem do Wall Street Journal, de setembro do ano passado.
Após o início da guerra, os governantes das principais democracias do mundo congelaram as relações com Putin e apoiaram as sanções econômicas contra o país.
Putin também foi alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, o TPI.
O ditador é acusado de crimes contra a humanidade, ao se envolver no sequestro de crianças ucranianas para a Rússia.
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