Hugo Tadeu: Brasil precisa de uma agenda para a competitividade
O Brasil caiu duas posições em um ano e agora está em 62º lugar no ranking elaborado pelo IMD (International Institute for Management Development) que avalia a competitividade em 67 países. Esta é a posição mais baixa dos últimos anos e foi puxada pela piora em eficiência governamental e infraestrutura em relação ao ano passado. Desde 2020, o país caiu seis posições.
Nesta edição do Crusoé Entrevistas, Hugo Tadeu, que comanda a pesquisa no Brasil, além de professor e diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral, detalha os pontos fortes e fracos do país e os motivos para o mal desempenho.
“O que os dez primeiros países do ranking têm em comum é um plano estratégico de governo, elaborado com universidades e empresas com predisposição para investimento. Esse é um dos principais motivos para uma boa performance“, diz Hugo Tadeu.
“Esses países não são tão privilegiados como o Brasil, no que diz respeito à natureza, e têm feito uma tarefa brilhante para gerar crescimento econômico. O Brasil, que tem tanta riqueza e tanto potencial, precisa de um pouco mais de gestão e de equilíbrio dessas agendas pública e privada“, completa o professor.
Tadeu destaca que, embora alguns possam estar descrentes da capacidade nacional de se organizar em torno de um projeto de país, o Brasil tem vários exemplos de sucesso na história.
“A gente já fez isso, se voltar lá nos anos 1970, o Paeg (Programa de Ação Econômica do Governo) e o Plano Real foram assim. Havia uma forte agenda de articulação pública e privada“, lembrou o líder da pesquisa de competitividade global no Brasil.
“A gente está precisando sonhar um pouco mais, estruturar esse sonho de uma forma relevante“, diz Tadeu. “Precisamos aliar a isso uma capacidade brutal de entregar. Os dados estão postos: temos que entender, com hombridade e humildade, que é preciso trabalhar para transformar essa pauta em uma agenda nacional.”
Assista ao vídeo da entrevista com Hugo Tadeu abaixo:
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A única agenda de nossas instituições é a que visa a mediocridade.
Bem, evidentemente, não se pode contar com os presidentes eleitos a partir de 2002...
A educação deveria ser prioridade , mas os recursos carimbados servem mais pra incrementar as ineficiências e falcatruas , infelizmente. As emendas pix também se opõem a qualquer planejamento estratégico, priorizando interesses paroquiais ou não republicanos