Arte/Crusoe

Digerindo o 7 a 1 com Mauro Beting, 10 anos depois

Jornalista e comentarista esportivo Mauro Beting reflete sobre pior derrota na história da seleção brasileira, e como o orgulho nacional pelo futebol tenta se recompor uma década depois
28.06.24

Como quase todo brasileiro, Mauro Beting lembra exatamente onde estava no fim de tarde de dia 8 de julho de 2014, uma terça-feira: ele estava em casa, com o filho, sentado no sofá e curtindo uma rara folga nas coberturas jornalísticas. O que ambos viram juntos — o jogo Brasil e Alemanha, pela semifinal da Copa do Mundo no Brasil — foi um desses eventos marcantes numa vida. Quase todo brasileiro sabe exatamente onde estava e como se sentiu quando a Alemanha começou a empilhar gols na Seleção.

Passados dez anos do maior desastre do futebol brasileiro, um dos mais respeitados comentaristas esportivos brasileiros fala ao Crusoé Entrevistas menos sobre as circunstâncias que levaram àquele “jogo maluco”, e mais sobre o processo de reconstrução de um símbolo nacional, destruído em uma impiedosa blitzkrieg com Miroslav Klose, Toni Kross e companhia.

Foi uma estrada sinuosa, mas que começa pouco a pouco a render frutos. “A CBF tem melhorado, ou tem deixado de piorar”, diz, referindo-se a melhores regras internas que culminaram nas quedas de José Maria Marín, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo, por diferentes motivos. Outros motivos ainda inspiram cuidados, como a qualidade do futebol brasileiros e a renovação na mentalidade de técnicos, da imprensa especializada, mesmo dos torcedores brasileiros.

Beting pondera a atuação de Neymar, símbolo muitas vezes criticado dessa reconstrução, assim como as figuras de Vinícius Jr., Endrick e mesmo Estevão, joias da coroa brasileira que representam a novíssima geração de estrelas da seleção. Mais do que a habilidade com a bola, os dois primeiros também possuem uma veia social, lutando por temas que consideram importantes.

Mas em um momento onde nenhum país consegue manter a hegemonia do futebol mundial, o comentarista diz que tudo continua em aberto para a próxima Copa do Mundo, daqui dois anos, na América do Norte.

“Em termos de seleção brasileira, a coisa deu uma melhoradinha e, em termos de futebol brasileiro e mundial, são fases”, afirmou. “A gente vive talvez nossa maior seca em títulos. Talvez a gente não ganhe 26, e é uma das seleções que podem ganhar. Mas é dever dizer que não é demérito do futebol brasileiro, é próprio do futebol de hoje.”

 

Assista à íntegra da entrevista:

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