Crusoé Entrevistas: Cinco dias de licença-paternidade é pouco

A Coalizão Licença Paternidade (CoPai), grupo formado por organizações da sociedade civil, empresas e parlamentares, lançou no início de maio uma frente parlamentar para tentar ampliar a licença-paternidade no Brasil, atualmente de cinco dias.

O objetivo é, via projeto de lei, mudar a legislação para permitir que a licença para os pais suba para 30 dias, podendo ser mais tarde ampliada para 60 dias.

“O papel do pai é fundamental em inúmeros aspectos. A gente está em uma situação de sociedade em que a família está muito enfraquecida. Temos muitos problemas de abandono paterno, delinquência juvenil, jovens envolvidos em criminalidade, abandonando a escola. Muitos desses problemas são causados pelo enfraquecimento da família desde a primeira infância“, diz Camila Bruzzi, presidente da Coalizão Licença Paternidade, CoPai. Ela e Caroline Burle, presidente adjunta, são as convidadas do Crusoé Entrevistas desta semana.

“Ter a presença dos pais na criação dos filhos fortalece o vínculo, interfere diretamente no desenvolvimento cognitivo, na inteligência emocional, na autoestima, na saúde mental e no potencial de crescimento da criança“, diz Camila.

Pesquisas científicas mostraram que o apoio do pai da criança reduz a taxa de mortalidade de recém-nascidos, aumenta o tempo do aleitamento materna e melhora o desenvolvimento da fala.

Outro propósito da CoPai é conseguir que a licença-paternidade seja custeada pelo Instituto Nacional do Seguro Social, INSS, e não pela empresa.

“Nós defendemos que a licença-paternidade seja remunerada pelo governo, para não onerar o empregador. Hoje, quem paga os cinco dias são as empresas, não o Estado. Aliás, isso nem conta como licença-paternidade, mas como auxílio doença, que a empresa paga“, diz Caroline.

A frente parlamentar, recém-formada, será liderada pela deputada federal Tabata Amaral. A senadora Damares Alves será a vice-líder.

Assista à entrevista abaixo: